RA completa 13 anos no AR

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Preconceito explícito

Da nova série "Li, gostei e concordei":

Eliakin Araujo, no
Direto da Redação

No encerramento da convenção do PSDB, semana passada, o ex-presidente Fernando Henrique foi, no mínimo, deselegante, ao afirmar, em discurso inflamado, que "precisamos de brasileiros melhor educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria".

Quem lê tal declaração logo imagina estar diante de um político de oposição que planeja ocupar a presidência e promover uma revolução no ensino do país. Mas será que FHC pensa que o povo é tão ingênuo que já esqueceu seus dois mandatos à frente do Executivo? Ora, se ele diz que "precisamos de brasileiros melhor educados", certamente esses milhões de "deseducados" não surgiram no governo Lula. Vêm de longe, e passaram olimpicamente pelos oito anos de FHC, sem que nada fosse feito para minorar o problema.

O ex-presidente foi cruel e, embora não aceite a pecha, extremamente elitista. Um tiro pela culatra, porque o preconceito contra os excluídos não atinge apenas Lula, mas os milhões de brasileiros que não têm acesso aos bancos escolares.

Nos Estados Unidos, os ex-presidentes se respeitam e são respeitados pelo público, independente do partido a que pertençam. Se encontram e até estrelam campanhas sociais juntos, como fizeram recentemente Bush (pai) e Bill Clinton, que apareciam juntos na TV pedindo ajuda para países menos desenvolvidos. Mais recentemente, na inauguração da biblioteca do democrata Clinton, em Little Rock, estava lá o próprio presidente Bush, republicano. Tudo numa boa, sem ofensas ou ataques pessoais.

É isso que se espera de um ex-presidente da república: discrição e dignidade, qualidades inerentes a alguém que foi um magistrado por força do cargo que ocupou. No caso de FHC, isso se torna superlativo por sua conhecida formação cultural e acadêmica. Dele deveriam partir os melhores exemplos.

Foi de uma professora paulista, Thais Nicoleti, a melhor lição que FHC poderia tirar do episódio:

"Não se pode usar a fragilidade da educação formal de uma pessoa para atacá-la. Como professora de português, nunca desmereço o discurso de alguém por sua forma de falar. Isso é politicamente incorreto ou no mínimo mesquinho." (FSP, 25/11)

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domingo, 25 de novembro de 2007

Público aplaude a Mostra de Cinema de Itatiaia



Leandro Souto Maior, do JB Online

A 1ª Mostra de Cinema de Itatiaia começou na noite de sexta-feira, dia 23, no Teatro Municipal Oswaldo Motta. O público encheu o espaço para conferir a exibição, gratuita, do curta "Itatiaia visto por dentro" e do longa "Brasileirinho".

Os diretores do curta - o australiano Christian Spencer e o inglês Gibby Zobel - passaram oito meses dentro do Parque Nacional de Itatiaia e registraram cenas daquelas que só se vê uma vez na vida. Inicialmente o registro das imagens seria apenas para mostrar a aventura para seus amigos e familiares em seus países. Mas foram tantas imagens inacreditáveis, como cobras fazendo amor, que resolveram que valeria a pena transformar a experiência em um filme. "Itatiaia visto por dentro", escolha muito apropriada para abertura do evento, já ganhou prêmios internacionais e vai ser levado para diversos festivais no mundo. Quem quiser conferir, e vale muito a pena, pode procurar no You Tube.

Na seqüência, o emocionante "Brasileirinho" revelou a história do choro em documentário dirigido também por um estrangeiro, o finlandês Mika Kaurismäki. Nomes como Trio Madeira Brasil, Guinga, Elza Soares, Paulo Moura, Marcos Suzano, Yamandu Costa, Silvério Pontes, Zé da Velha, entre diversos outros, garantiram credibilidade e momentos mágicos ao público, que aplaudiu com entusiasmo no final.

Ontem, o Festival exibiu o longa "Carreiras", de Domingos de Oliveira, que veio pessoalmente para o evento com sua esposa, Priscila Rozembaum, que ganhou Melhor Atriz em Gramado por sua atuação neste filme. Abriu a noite de sábado, o curta "Manual para atropelar cachorro", que ganhou 16 prêmios em festivais no Brasil e só pelo título já desperta curiosidade.

Vale muito a pena subir a serra para conferir a Mostra, que vai até a próxima quinta-feira, sempre com entrada gratuita e exibições a partir das 19 horas.

No filme "Brasileirinho", o músico Guinga diz uma frase que se encaixa perfeitamente no espírito do Festival, que está trazendo com muito capricho grandes filmes que não se assiste com facilidade no grande circuito: "As coisas simples são as mais bonitas!"

CINE ITATIAIA

PROGRAMAÇÃO DE HOJE, DOMINGO, DIA 25

GRASSROOTS (2007)
Direção: André Ferezini
Duração: 55 minutos
Retrato intimista de quatro jovens que vivem em Phnom Penh, capital do Camboja, e um resgate do processo histórico do país eu sofreu um genocídio durante o regime do Khmer Vermelho nos anos 1970. (Censura Livre)

CONCEIÇÃO - AUTOR BOM É AUTOR MORTO (2006)
Direção: André Sampaio, Cynthia Sims, Daniel Caetano, Guilherme Sarmiento e Samantha Ribeiro.
Elenco: Jards Macalé, Augusto Madeira e Djin Sganzerla.
Duração: 78 minutos
O confronto entre autores e suas idéias realizadas. O eterno Fugitivo é sempre perseguido pelo implacável Caçador, que lidera os demais personagens da história numa revolta contra seus criadores. (Censura 18 anos)

Local: Teatro Oswaldo Motta
Horário: 19h
Entrada Franca

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domingo, 18 de novembro de 2007

Volta Redonda produz aço e ouro


Thiago Pereira quebra o recorde mundial nos 200 metros medley (Foto AP)

Do UOL Esporte

O brasileiro Thiago Pereira conquistou neste domingo sua terceira medalha de ouro na etapa alemã da Copa do Mundo de natação, disputada em piscina curta, nos 200 m medley.

Desta vez, Pereira obteve sua primeira quebra de recorde mundial, com 1min53s14, contra 1min53s31, antiga marca que pertence ao norte-americano Ryan Lochte, conquistada em Xangai, no ano passado.

O brasileiro dominou a prova e, nos 25 metros finais, já tinha a vitória assegurada. A medalha de prata ficou com Dean Kent, da Nova Zelândia, com 1min57s79. Vytautas Janusaitas, da Lituânia, foi o terceiro colocado, com 1min58s18.

No sábado, Pereira já tinha obtido duas medalhas de ouro e dois recordes sul-americanos nas provas de 100 m e 400 m medley em Berlim. Nos 400 m medley, ele terminou com 4min00s63, diminuindo em cerca de três segundos o recorde da prova, que pertencia ao norte-americano Michael Phelps (4min03s99). Por pouco, Pereira também não bate a melhor marca mundial, que pertence a Laszlo Cseh, em 4min00s37.

Nos 100 m medley, no entanto, o brasileiro fechou com o tempo de 52s42, a uma diferença mínima para Gerhard Zandberg, da África do Sul, que teve apenas 0s03 de desvantagem.

Durante esta semana, na etapa de Estocolmo da Copa do Mundo, na Suécia, o nadador já havia vencido as três provas do estilo, que é sua especialidade: 100 m, 200 m e 400 m medley, batendo o recorde sul-americano nas três provas: respectivamente 52s97, 1min55s08 e 4min06s30.

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sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O inferno é aqui


Em Sampa, multidão na 25 de Março para compras natalinas

(Foto Agência Estado)

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quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Trilha sonora do feriado

Neste momento, na Radio Paradise, Neil Young canta "Ordinary People", musicão com belos solos de guitarra, sax e trumpete com surdina, além de um arrepiante refrão de metais. Pelos meus cálculos, já tem mais de 15 minutos de música e parece que não vai terminar tão cedo. Deus existe!

PS: A música acabou agora e o locutor fez questão de anunciar que foram nada menos que 18 minutos e meio de puro Neil Young em uma única faixa. Na época do vinil, esse tempo poderia ser a duração de um lado inteiro do disco...

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Morrendo de frio na Antártida

O repórter da Rede Globo Ernesto Paglia, que está na Antártida para uma série de reportagens comemorativas dos 25 anos da presença brasileira no continente gelado, disse no Jornal Hoje de hoje - em transmissão inédita ao vivo - que a temperatura média do atual inverno antártico é a menor em 20 anos. E nós aqui do RA aproveitamos a deixa para fazer aquela tradicional pergunta que não quer calar: como é possível tanto frio na Antártida se o aquecimento global, segundo cientistas e alarmistas de todos os cantos do planeta, não pára de aumentar? Cartas para uma redação encasacada em pleno mês de novembro.

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Arte em movimento






Xuxa exibe cores, formas e muito talento no Calçadão

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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Vôlei feminino de Resende estréia hoje no Estadual

Enviado pelo vereador Fernando Menandro

Acaba de ser firmado um convênio entre o Minas Tênis Clube (3º colocado do Brasil) e Resende para a disputa do Campeonato Estadual de voleibol feminino.

Nossa equipe passa a se chamar Fiat Minas Resende e estréia hoje no Campeonato Estadual, às 19 horas, no ginásio do colégio Salesiano, com entrada franca.

No dia 23/11, sexta feira da próxima semana - provavelmente com transmissão direta pelo canal Sportv -, teremos a oportunidade de assistir aqui em Resende um dos maiores clássicos do voleibol feminino do Brasil, entre as equipes Fiat Minas Resende e Rexona, atual campeã brasileira, dirigida pelo técnico Bernardinho.

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domingo, 11 de novembro de 2007

Amantes de Harley-Davidson em uma 'Love Ride'


Evento beneficente aconteceu na Califórnia


20 mil motoqueiros percorreram trajeto de 54 Km


Tudo em prol de um hospital de Los Angeles (Portal G1/Fotos AFP)

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Congresso trama criar 7,6 mil vagas de vereadores

Do Blog do Josias

Magnetizado pelo debate em torno da CPMF, o noticiário vem negligenciando um assunto tão relevante quanto explosivo: a Câmara dos Deputados incluiu na pauta de votações desta semana uma emenda constitucional que aumenta de 51.875 para 59.514 o número de vereadores no país. Ou seja, serão injetadas nas câmaras de vereadores dos 5.562 municípios do Brasil mais 7.639 cadeiras. Aprovada na Câmara, a emenda será enviada ao Senado.

A proposta vem sendo discutida, à surdina, há quatro anos. Ganhou impulso em maio do ano passado, ao ser aprovada numa comissão especial da Câmara. Trata-se de reação a uma resolução baixada pelo Tribunal Superior Eleitoral em abril de 2004. A decisão do TSE impôs a extinção de 8.528 cadeiras de vereadores em todo país. Se for aprovada, a proposta que tramita no Congresso praticamente reconstituirá o cenário que vigorava antes da intervenção moralizadora do tribunal. É o que demonstra um estudo realizado pelo IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal).

O TSE foi compelido a baixar a resolução que reduziu as cadeiras de vereadores depois de uma decisão do STF. Em julgamento realizado também em 2004, o Supremo constatara que a composição da Câmara Municipal da cidade paulista de Mira Estrela desrespeitava os limites impostos pela Constituição. Guiando-se pela sentença do STF, o TSE recalculou o número de vereadores de todos os municípios brasileiros. Daí a redução.

Nas pegadas da resolução do TSE, criou-se no Brasil uma entidade de nome sugestivo: MODEV (Movimento em Defesa da Constituição pela Volta do Número Legal de Vereadores). É ativo na internet. E exerce sobre o Congresso um fortíssimo lobby. Como os vereadores atuam no âmbito municipal como espécies de cabos eleitorais de deputados e senadores, a pressão mostrou-se de uma eficácia inaudita.

Premido pelo lobby municipalista, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) pretende reunir-se com os líderes partidários para acertar a votação da emenda dos vereadores. Ela consta da fila do plenário como quinto item, atrás apenas de três medidas provisórias e de um projeto que tramita em regime de urgência. Se tudo correr como planejado, tudo será votado nesta semana.

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Imagem de domingo


Foto tirada às 18:27 horas

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O Brasil na Opep - ou me engana que eu gosto

"Logo, logo o Brasil vai participar da Opep. E obviamente que se o Brasil participar da Opep nós vamos brigar para que baixe um pouco o preço do petróleo, porque é uma das contribuições que os países ricos em petróleo podem dar", afirmou o presidente Lula a jornalistas, pouco antes de embarcar de volta para o Brasil depois de ter participado na quinta e sexta-feira da cúpula ibero-americana de chefes de Estado e de governo, em Santiago, no Chile.

Pitaco do RA: Depois de ler o post abaixo, é vergonhoso ler o parágrafo acima, publicado na Folha Online. Só me resta fazer uma pergunta, de cunho técnico e científico, ao nosso presidente falastrão: e na bunada, não vai dinha?

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Como se fabrica uma notícia

Ruy Fabiano, no Blog do Noblat

Na quinta-feira, 8, os jornalistas foram surpreendidos por uma boa notícia – coisa rara, nestes tempos: a Petrobras havia encontrado vasto campo de gás e petróleo na Bacia de Santos. Mais: a descoberta elevaria as reservas brasileiras em 50%. Nada menos.

Neste momento em que as dificuldades comerciais com a Bolívia de Evo Morales ameaçam o abastecimento de gás, a notícia pareceu ainda mais auspiciosa. Infelizmente, porém, não é bem assim. A "descoberta" ocorreu há dois anos – e já havia sido anunciada, mais especificamente em 5 de setembro de 2005.

De lá para cá, não houve novidade que justificasse trazê-la novamente à tona – a não ser, claro, criar um falso clima de euforia, que fez com que as ações da Petrobrás valorizassem em 14%. Esse, porém, é apenas um subproduto. Qual será o real objetivo de apresentar com estardalhaço uma notícia velha, sem que nada de novo a ela se tenha acrescentado, de modo a justificar sua reedição?

Mesmo as projeções em relação à descoberta não constituem novidade. Já haviam sido feitas dois anos antes. A operação comercial do primeiro campo da Bacia de Santos só começará em 2011, e apenas para testar sua viabilidade.

Confirmadas as estimativas, a exploração – se houver, pois há dificuldades operacionais que a põem em dúvida - começará apenas por volta de 2013 ou 2014. Isso, aliás, já havia sido dito antes.

O óleo encontrado está entre 4.500 e 7 mil metros de profundidade. As prospecções da Petrobrás vão a no máximo 2.700 metros de profundidade. Mais do que isso, o custo operacional aumenta enormemente – e a empresa admite nem poder estimá-lo. Informa apenas que, mesmo em profundidades menores, a exploração de um campo que produza 150 mil/barris dia fica acima de US$ 1 bilhão, o que já é um custo monumental.

Para profundidades como as previstas nesse campo, ainda não há nem tecnologia, nem recursos. Ou seja, a descoberta, cuja viabilidade exploratória ainda nem está avaliada, tem, por enquanto, sua prospecção inviabilizada em face do custo.

Não obstante, Lula sapecou: "Parece que entramos para a Opep, não é Dilma (Roussef, chefe da Casa Civil)?" E Dilma, no mesmo tom de euforia: "Nós saímos de uma situação de um país que estava se tornando auto-suficiente para a de um país exportador - patamar em que estão países como a Venezuela e os árabes."

O diretor da Petrobrás, Guilherme Estrela, menos afeito à coreografia marqueteira, foi bem mais sóbrio: "O que encontramos dá robustez às nossas hipóteses, mas ainda é uma hipótese".

Isso, porém, não está no press-release da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). É preciso que o repórter seja um chato e se disponha a prospectar esses, digamos, detalhes junto à área técnica da Petrobrás para decompor a notícia. Feito isso, ela desaparece das manchetes, perde seu glamour e deixa de ser o que objetivou ser: instrumento de propaganda governamental.

Especulou-se que Lula havia feito o re-anúncio da descoberta como recurso estratégico preliminar para a visita que faz a Evo Morales. Improvável. As agressões do governo Morales ao Brasil – e mais especificamente à Petrobrás – em nenhum momento incomodaram o governo Lula.

Como se recorda, o governo Lula, desde o primeiro momento sustentou o direito de a Bolívia fazer o que fez: rasgar um acordo comercial e se apropriar militarmente de uma refinaria brasileira. A visita de Lula reveste-se da cordialidade de sempre. A farsa do re-anúncio, portanto, não se dirige a Morales.

Dirige-se a nós mesmos.

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sábado, 10 de novembro de 2007

Musa Sharapova na final do Masters de Madrid

Foto Efe

Do UOL Esporte

Apesar de chegar em Madri no Masters feminino como suplente de Venus Williams (que desistiu da disputa), Maria Sharapova se mantém invicta em quatro jogos e, neste sábado, se garantiu na final da competição ao bater sua compatriota Anna Chakvetadze por 2 sets a 0 (6-2 e 6-2) em 1h14m de jogo.

Na decisão, a russa - número 6 do mundo - jogará contra a líder do ranking, Justine Henin (BEL), que passou por Ana Ivanovic (SER) na outra semifinal.

A decisão contra Henin, que será realizada neste domingo às 13h (horário de Brasília), poderá ser uma vingança para Sharapova, que foi eliminada pela rival na semifinal do Masters do ano passado, quando a belga ficou com o título. Em 2004, Sharapova foi campeã da competição e depois disso nunca mais havia chegado às finais.

"É incrível. Se me dissessem isso há algumas semanas, não acreditaria. Naquele momento, me conformaria em simplesmente jogar", afirmou a musa.

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quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Yoko in Sampa












Yes

Uma noite com Yoko

Por Fernanda Paola, da TPM

De sua biografia, muitos só sabem que foi casada com John Lennon. E que teria sido indiretamente a culpada pela morte dos Beatles. Mas Yoko Ono, hoje com 74 anos, é muito mais do que isso. Ela se dedica à arte há mais de meio século. E, apesar da crítica negativa maciça da mídia em relação ao seu trabalho, nunca desistiu. São 24 álbuns, incluindo aí parcerias com Eric Clapton, George Harrison, Ringo Starr, Keith Moon e, claro, Lennon.

Além da música, a hoje senhora (que ainda se considera uma "criança por dentro, sonhando e tentando viver uma boa vida") é voltada à arte conceitual desde os anos 50, quando fazia parte do grupo Fluxus – movimento vanguardista de postura subversiva que misturava arte e cotidiano e procurava destruir convenções e valorizar a criação coletiva. Foi, inclusive, através de sua arte que conheceu o ex-Beatle John Lennon.

Durante a mostra "Unfinished Paintings and Objects", na Indica Gallery, em Londres, 1966, Lennon, passeando pelas obras, foi atraído por uma em especial, a Ceiling Painting, uma escada branca onde, no topo, pôde ler, através de uma lupa, a palavra Yes. A obra era de Yoko e a identificação foi além das paredes da galeria. Daí em diante o casal não se separou.

Hoje, o CCBB de São Paulo apresenta "Yoko Ono – Uma Retrospectiva", que abre dia 10 deste mês e mostra elementos decisivos da carreira da artista, incluindo trabalhos realizados desde a década de 60. São cerca de 80 obras, entre objetos, fotos, filmes, música e instalações. Yoko Ono já está em São Paulo e fará a performance "Uma Noite com Yoko Ono", no Teatro Municipal hoje à noite. Aproveitando sua passagem, a Tpm conversou com Yoko por e-mail sobre amor, John Lennon, felicidade e arte.

Tpm: Você nasceu em uma família abastada no Japão, estudou em colégios tradicionais e exclusivos, entre outras coisas. Como foi sua educação familiar?
Yoko Ono: Minha mãe era político liberal e muito rigorosa em relação à educação.

E como sua criação te afetou como mulher?
Eu continuo uma criança por dentro, sonhando e tentando viver uma vida boa

Com 19 anos, você se mudou pra Nova York, onde estudou na conceituada escola de música Sarah Lawrence e conheceu importantes artistas de vanguarda. O que você sabia, como artista, na época? O que desejava quando se mudou para os Estados Unidos?
Quando se vai para o lado oposto do globo terrestre de onde nasceu, você está, na verdade, dando uma cambalhota. Enquanto eu estou de pé, meus amigos estão de pé no Japão, mas de ponta-cabeça! Isso faz diferença, dar uma cambalhota e ver o mundo sob outra posição.

Desde sua primeira experiência como artista, você faz arte provocativa, conceitual. E foi muito criticada pela mídia, especialmente no começo da carreira. Qual sua posição sobre isso?
Eu estava somente fazendo o que me sentia inspirada a fazer. Espero que meu trabalho inspire, encoraje e dê alegria às pessoas. Então, se as pessoas não me entendem, o azar é delas.

Você faz algum tipo de terapia?
Minha terapia é não confiar em terapeutas.

Você conheceu John Lennon durante uma de suas exposições, em 1966. Você se lembra dos detalhes do primeiro contato?
Sim. Fomos atraídos um pelo outro instantaneamente.

O que, no John Lennon, você sente mais saudade?
Amor e paixão.

Se pudesse mudar alguma coisa no seu passado, o que seria?
Seria bom se John ainda estivesse aqui, fisicamente.

Você se considera uma pessoa feliz e satisfeita?
Todo dia eu agradeço por estar aqui. Todo dia sou feliz pelo céu estar lá.

Vai lá:

"Yoko Ono – Uma Retrospectiva"
Centro Cultural do Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112, São Paulo
De 10/11/2007 a 3/2/2008
Grátis

A performance "Uma Noite com Yoko Ono" será hoje (8/11), às 21h, no Teatro Municipal de São Paulo. Ingressos de R$ 60 a R$ 200. Informações: 11-3222-8698

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quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Cenário de sonho para uma fábrica de metais









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O Incrível Hulk encara uma favela carioca


O diretor Louis Leterrier e o ator Edward Norton (Foto AgNews)

Do UOL Cinema

O ator norte-americano Edward Norton ("Clube da Luta", "O Ilusionista") participou ontem das filmagens da produção "The Incredible Hulk" na favela Tavares Bastos, na zona sul do Rio de Janeiro.

A equipe de produção chegou à cidade na última sexta-feira e deve permanecer no país até o próximo dia 16. Na trama do filme, Bruce Banner/Hulk (Norton) vem ao Rio atrás de ervas medicinais para tentar se curar, mas é descoberto e perseguido por agentes americanos.

"The Incredible Hulk" será o segundo longa-metragem com o personagem no cinema, depois de "Hulk" (2003), dirigido por Ang Lee e protagonizado por Eric Bana. Desta vez, o diretor é o francês Louis Leterrier, de "Carga Explosiva". Além de Norton, estão no elenco Tim Roth (que também está no Rio), Liv Tyler e William Hurt.

A favela Tavares Bastos, que fica no bairro do Catete, serviu também de cenário para os filmes "Tropa de Elite", "Maré" e "174" e também para a novela "Vidas Opostas". A razão da preferência é o fato de o Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM do Rio) estar instalado no local, o que torna a favela uma das mais seguras da cidade.

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domingo, 4 de novembro de 2007

Resende em 'O Sistema'


Graziella Moretto trabalha no call-center de Resende

No episódio de estréia do novo seriado da Globo, sexta-feira passada, Resende foi citada diversas vezes como a sede de um call-center que inferniza a vida de um fonoaudiólogo carioca, interpretado pelo ator Selton Mello. Tudo ficção, claro, desde a fachada e o interior da empresa até a placa na estrada (a Dutra?) anunciando "Resende a 150 Km". Quanto ao seriado propriamente dito - escrito pela dupla Fernanda Young e Alexandre Machado -, nada que mereça comentário, apenas mais uma tentativa da Globo de emplacar outro "campeão de audiência". A julgar pela trama "filmada" parcialmente em Resende, vai ser difícil, muito difícil mesmo.

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Imagem de domingo


Ventania forte e chuva rápida no início da tarde

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'Help!' retorna em DVD restaurado



Do UOL Música

Quarenta e dois anos depois do lançamento do álbum "Help!", a extroversão e o inconfundível humor britânico do segundo longa-metragem dos Beatles voltarão à cena amanhã, segunda-feira, em um DVD duplo do filme restaurado digitalmente.

Considerado o melhor dos quatro filmes da banda, "Help!" ressurge agora melhorado e ampliado em um formato no qual os "beatlemaníacos" verão imagens inéditas e um documentário de 30 minutos sobre as filmagens.

"Hoje em dia, conseguimos fazer retoques em algumas das imagens em só sete minutos. Anos atrás, não teríamos conseguido fazer nem em dois dias", disse em Londres o diretor do filme, Richard Lester.

O argumento de "Help!" não teve nada a ver com a trama do primeiro filme do grupo, "A Hard Day's Night". Esta comédia surrealista fala de um anel vermelho que fica preso no dedo de Ringo e que é um símbolo de sacrifício à deusa indiana Kali.

O portador do maléfico anel terá que morrer, o que coloca Ringo automaticamente em uma situação de "perigo mortal". A incapacidade do músico para se livrar dele desemboca em uma perseguição na qual surgem adeptos da seita de Kali dos lugares mais improváveis, inclusive do Palácio de Buckingham. A essa luta frenética se unem dois cientistas loucos, que vêem no anel uma fonte de poder inesgotável, e a própria Scotland Yard.

"O filme não foi exibido no Reino Unido desde o final dos anos 1960. É como um velho amigo que de repente soa melhor e tem melhor aspecto", comentou Lester na apresentação do DVD em Londres.

"Com freqüência me perguntam se eu voltaria a filmar com outro grupo, como as Spice Girls. Eu sempre respondo: alguma vez você já dirigiu uma Ferrari? Porque uma vez que dirige, acaba tudo".

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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Trilha sonora de Finados

Neste exato momento, na Radio Paradise, Madeleine Peyroux canta "Blue Alert", acompanhada de um arrepiante órgão Hammond. Tenho sentimentos conflitantes sobre Mme. Peyroux. Adoro ouví-la no rádio mas, ao mesmo tempo, fico incomodado com a sua imitação quase perfeita da quase inimitável Billie Holiday.

Para mim, ouvir Madeleine Peyroux é como ouvir Billie Holiday em uma nova roupagem, na qual o órgão Hammond é um item mais do que apropriado. E ouvir Billie Holiday é um dos grandes prazeres da vida, mesmo que seja através de Madeleine Peyroux.

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Epitáfio


Folha Imagem

Vi a foto no UOL e achei perfeita para ilustrar um post de Finados. Ao copiá-la para o RA, descobri que por trás da foto tinha um texto primoroso - do jornalista Vitor Sorano, da Folha Online -, pequeno, objetivo e bem-humorado, tal e qual a lápide da foto. Confiram:

Cláudio Colello não poderia dizer que teve uma vida ruim: deixou quatro filhos encaminhados, seis netos, uma mulher que o admirava, uma empresa bem-sucedida no ramo de auto-adesivos e uma casa de praia em Peruíbe, no litoral paulista, onde viveu parte dos últimos de seus 66 anos. O velório, contam as testemunhas, foi prestigiado por mais de 500 pessoas.

O típico homem realizado teve cumprido até o seu desejo final, realizado por um empreiteiro de túmulos intrigado e surpreso, ao custo de cerca de R$ 100. Colello quis, forjado em bronze, o epitáfio mais bem-humorado do cemitério: "Aqui jaz um homem que morreu de saco cheio".

"Ainda falei para a mulher dele: "Não sei se funciona dizer que ele morreu de saco cheio'", diz Jair de Jesus Máximo, 52, o empreiteiro que fez o túmulo do empresário. Mas, como um bom comerciante, se resignou com a estranheza do pedido e fez o gosto da freguesa. A viúva, Vilma Colello, 64, diz que não tinha outra opção. "Nunca tentamos desestimular (a idéia do marido)."

O que encheu o saco de Colello não foi nada de extraordinário, mas aquelas irritações cotidianas. "Teve um funcionário dele que precisou de uma ajuda financeira para poder morar. Aí, meu marido foi fiador e, no final, teve de pagar o aluguel", conta Vilma. "Por isso é que ele encheu o saco."

Segundo Máximo, o empreiteiro, placas de bronze duram para sempre. "Se não forem roubadas, né?", ressalva. O túmulo Colello já foi atacado. Levaram a cruz.

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