RA completa 13 anos no AR

sábado, 31 de janeiro de 2009

Fontes de inspiração

Semana passada na New York Times Magazine:


Esta semana na Época:


Que também se inspirou nesta foto da Bette Midler feita por Annie Leibovitz, em 1979, para a capa da Rolling Stone:

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Enquanto isso, em Nova York...
















A banda Ebony Hillbillies toca na estação do metrô de Times Square

Visto no New York Times.

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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Da gema

Versão carioca do lema de Barack Obama: "YES, WEEKEND!"

Visto em Uma dama não comenta.

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Imagem de quinta


Calçadão às 15:04

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A Lapa é aqui

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Última chamada

A exposição virtual "Uma noite na Travessa", com fotos deste que vos bloga, ainda pode ser vista na primeira página do Blog da Foto. Para visitar, clique aqui.

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tá feia a coisa!


Charge publicada no Café com bobagem

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Farra Social Mundial

Do blog do Guilherme Fiuza

Você, que espera ansiosamente todos os anos para ouvir a ladainha de Noam Chomsky, Bernard Cassen, Tarik Ali e outros quixotes do embelezamento do oprimido, agora tem uma motivação a mais.

O Fórum Social Mundial, também conhecido como clube das lamúrias politicamente corretas, este ano será realizado com o seu dinheiro.

O governo brasileiro, um dos protagonistas do guevarismo chapa-branca que avança na América do Sul, resolveu estatizar a esquerda fashion week. Nada mais coerente. Se o Fórum Social Mundial é contra o mercado e o capitalismo, já era hora de atarraxá-lo à teta estatal.

Lula pegou só mais 80 milhões de reais dos impostos que você paga para bancar a festa na Amazônia.

Realmente, não era justo esse spa ideológico contra o neoliberalismo continuar sendo bancado por ONGs revolucionárias. O poder foi conquistado justamente para extorquir o contribuinte burguês.

A pauta geral do encontro é a crise da civilização. A recessão mundial será saudada com retórica triunfalista, na linha “Brizola tinha razão”. O capitalismo bambeia, Bin Laden não morreu e chegou o dia de filosofar sobre o nada às custas do Estado.

E ainda dizem que o paraíso não existe.

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Oferta irrecusável

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Geração Y

Enquanto ouço a bela "Cathedrals" com Joan Osborne na Paradise, leio meio engasgado os textos recentes da cubana Yoani Sánchez, postados em seu premiadíssimo blog Generación Y. Em um deles, ela se declara responsável - e não vítima - por ser vigiada diariamente por dois homens que a seguem por todos os cantos de Havana, onde vive.

Em outro post, Yoani propõe que os turistas estrangeiros deixem de se hospedar nos hotéis de luxo de Varadero para viver, por uns dias, a dura realidade dos cubanos, que inclui um livro de racionamento e o direito de comer um pão de 80 gramas por dia.

Seus textos - que obviamente não agradam as autoridades da ilha de Fidel - são publicados, em média, a cada três dias e recebem milhares de comentários de todas as partes do mundo. Colaboradores de treze países cuidam de traduzir o conteúdo do blog para diversos idiomas, inclusive o português.

Por tudo isso (e muito mais), o Generación Y não poderia ficar de fora da lista dos Favoritos do RA. Mas hoje você pode acessá-lo também aqui. Buena viaje!

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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Fé inabalável

Do Blog do Noblat

A Igreja Renascer poderá reconstruir rapidinho o teto do seu templo que desabou em São Paulo sobre 400 pessoas, matando sete e deixando uma centana de feridos. Só de pagamento de dízimo por meio de cartão de crédito Visanet, ela arrecada por mês cerca de R$ 8 milhões.

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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Peter Gabriel vem aí


Li agora no El Clarín que o grande Peter Gabriel vai se apresentar em Buenos Aires - no estádio do Velez - no dia 22 de março. No site do músico, ainda não há uma confirmação oficial (apenas três shows no México estão confirmados), mas uma nota diz que as datas na América do Sul serão divulgadas em breve.

Como quase tudo que chega à Argentina acaba chegando ao Brasil (e vice-versa), é bem provável que a nova turnê mundial de Peter Gabriel faça escalas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Vamos esperar.

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sábado, 24 de janeiro de 2009

Um casal de Chicago


Passeando pelo ótimo blog do Ricardo Lombardi, fiquei sabendo que a revista New Yorker publicou recentemente uma entrevista com Barack e Michele Obama feita em 1996 pela fotógrafa Mariana Cook, como parte de seu projeto de publicar um livro com fotos de casais americanos. Abaixo, um pouco do que eles falaram um do outro:

MICHELE: Existe uma forte possibilidade de que Barack siga uma carreira política, embora isso ainda não seja muito claro. Há uma certa tensão entre nós em relação a isso. Eu tenho muito medo da política. Eu o considero uma pessoa muito boa para esse tipo de brutalidade. Quando você se envolve com a política, sua vida passa a ser um livro aberto e muitas pessoas podem entrar nela sem boas intenções. Eu sou muito reservada e gosto de estar cercada de pessoas que amo e confio. Nesse sentido, Barack tem me ajudado a relaxar e me sentir mais confortável ao correr riscos, em não fazer as coisas sempre do modo tradicional. Esse é o jeito dele, ele cresceu assim. No casal, ele é o menos tradicional. Você pode ver isso nas fotografias: ele fica muito mais à vontade. Eu sou mais do tipo "bem, vamos esperar para ver."

OBAMA: Por toda a vida, eu tenho juntado as peças da minha família através de histórias, memórias, amigos ou idéias. Michele tem um passado muito diferente, muito mais estável, com pai, mãe, irmão e cachorro vivendo a vida toda numa mesma casa. Nós representamos duas espécies distintas de família neste país - uma que é muita sólida e estável e outra que quebra o conceito de família tradicional, cada um vivendo em um lugar diferente, viajando, separados uns dos outros. Eu fico imaginando como seria a minha vida hoje se eu tivesse tido uma família sólida, estável e segura.

Michele é uma pessoa extremamente forte e tem muita consciência de quem ela é e de onde veio. Mas eu posso ver em seus olhos um traço de vulnerabilidade que muitas pessoas não enxergam, porque quando ela anda pelo mundo, ela é alta, linda, confiante. No entanto, às vezes ela demonstra um certo medo, uma insegurança, e eu acho que foi justamente a combinação desses dois lados da sua personalidade que me atraiu.

Traduzido e editado pelo RA.

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Ôba, Obama!


Foto Time

O grande presidente dos EUA, Barack Obama, pediu hoje o fechamento da prisão de Guantánamo e a abertura da fronteira com a faixa de Gaza.

Agora só falta pedir a prisão perpétua - por inúmeros crimes contra a humanidade - do terrorista Bush.

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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Grande Obama!


























Fotos Washington Post, Rocky Mountain News, AP, G1, NYT, Getty e Reuters

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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Obama

Do blog do José Saramago

A Martin Luther King mataram-no. Quarenta mil polícias velam em Washington para que hoje não suceda o mesmo a Barack Obama. Não sucederá, digo, como se na minha mão estivesse o poder de esconjurar as piores desgraças. Seria como matar duas vezes o mesmo sonho. Talvez todos sejamos crentes desta nova fé política que irrompeu em Estados Unidos como um tsunami benévolo que tudo vai levar adiante separando o trigo do joio e a palha do grão, talvez afinal continuemos a acreditar em milagres, em algo que venha de fora para salvar-nos no último instante, entre outras coisas, desse outro tsunami que está arrasando o mundo.

Camus dizia que se alguém quisesse ser reconhecido bastar-lhe-ia dizer quem é. Não sou tão optimista, pois, em minha opinião, a maior dificuldade está precisamente na indagação de quem somos, nos modos e nos meios para o alcançar. Porém, fosse por simples casualidade, fosse de caso pensado, Obama, nos seus múltiplos discursos e entrevistas, disse tanto de si mesmo, com tanta convicção e aparente sinceridade, que a todos já nos parece conhecê-lo intimamente e desde sempre.

O presidente dos Estados Unidos que hoje toma posse resolverá ou intentará resolver os tremendos problemas que o estão esperando, talvez acerte, talvez não, e algo nas suas insuficiências, que certamente terá, vamos ter de lhe perdoar, porque errar é próprio do homem como por experiência tivemos de aprender à nossa custa. O que não lhe perdoaríamos jamais é que viesse a negar, deturpar ou falsear uma só das palavras que tenha pronunciado ou escrito. Poderá não conseguir levar a paz ao Médio Oriente, por exemplo, mas não lhe permitiremos que cubra o fracasso, se tal se der, com um discurso enganoso. Sabemos tudo de discursos enganosos, senhor presidente, veja lá no que se mete.

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Jornalistas estrangeiros chegam hoje a Gaza


Foto AFP

Do blog do Sameh Akram Habeeb

Oito jornalistas internacionais chegam nesta terça-feira a Gaza, viajando através do Egito, com a missão de documentar em primeira mão as violações cometidas por Israel contra o povo da Faixa de Gaza.

O Secretário-Geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinos, Na’eem At-Tubasi, confirmou no domingo passado a chegada da delegação, que inclui repórteres árabes, franceses, noruegueses e italianos. Na próxima semana, desembarca em Gaza um comitê de investigação da Federação Internacional de Jornalistas.

At-Tubasi condenou os ataques israelenses a jornalistas ocorridos durante o conflito, que resultaram na morte de cinco repórteres árabes e ferimentos em dezenas de outros, "a despeito de todas as convenções internacionais de proteção a jornalistas". Ele também condenou a decisão de Israel de proibir o acesso de jornalistas internacionais a Gaza, com o claro objetivo de tentar esconder do mundo a natureza dos seus crimes.

Tradução e edição do RA.

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domingo, 18 de janeiro de 2009

Elton John faz show melancólico


Foto UOL

Assisti na TV e gravei o show de Elton John em São Paulo ontem à noite, da mesma forma que assisti e gravei (também pela Globo) o show dele no Rio (no campo do Flamengo) há 14 anos. O do Rio, eu me arrependo um pouco de não ter ido, já que meus pais ainda eram vivos, tínhamos o apartamento de Laranjeiras e eu estava lá. Mas me lembro bem que, enquanto gravava o show, fiquei impressionado com a acentuada mudança de timbre da outrora cristalina voz de Elton John.

Sei que isso é normal: assim como o corpo, a voz também envelhece. Só que algumas vozes envelhecem mais e mais rápido que outras, talvez pelo excesso de falsetes cometidos ao longo dos anos nos palcos da vida. Taí o Gilberto Gil que não me deixa mentir. O ex-ministro do Lula talvez seja o nosso exemplo menos gritante, já que, há tempos, não consegue mais atingir as notas agudas de suas músicas.

Pois bem. Se 14 anos atrás a voz de Elton John decepcionou alguns fãs no campo do Flamengo, ontem no Parque do Anhembí muitos devem ter duvidado se era ele mesmo que cantava "Goodbye yellow brick road" ou "Bennie and the Jets". Aos 61 anos, o autor de "Your song" (que ele não cantou ontem), tem hoje uma voz grave e rouca que substitui falsetes e agudos por quase inaudíveis oitavas abaixo, tornando monótonas interpretações que antes arrepiavam os ouvintes.

Mas a deficiência vocal poderia ser minimizada se o show, em si, tivesse mais energia. Apesar dos excelentes e lendários músicos de apoio - o baterista Nigel Olsson e o guitarrista Davey Johnstone tocam com Elton John desde os primeiros discos -, a banda é excessivamente burocrática. Durante toda a apresentação, nenhum destaque individual, nenhum solo merecedor de aplauso, nenhum improviso, só a preocupação de reproduzir fielmente os timbres originais das gravações. Até os backing vocals - a cargo principalmente do percussionista e do baixista - são tão discretos que não ajudam em nada a disfarçar a crônica rouquidão do cantor.

A meu ver, o único ponto positivo do show foi o piano acústico tocado magistralmente por Elton John, que, nesse quesito, continua em plena forma. Uma vida inteira debruçada sobre o teclado - ele começou a tocar com apenas três anos - faz com que seus dedos pareçam flutuar de um lado para o outro, enquanto as notas brotam rápidas e límpidas do imponente Yamaha Concert Grand Piano. (Neste momento, como para comprovar tudo o que estou dizendo, um jovem Elton John canta lindamente "I've seen that movie too" na Radio Paradise)

De todas as músicas, a única que me deixou uma boa lembrança foi "Candle in the wind", que Elton John cantou ontem na versão original, homenageando Marilyn Monroe (Goodbye Norma Jean...) e não Lady Di (Goodbye english rose...). É que além da bela letra de Bernie Taupin, a melodia também não exige muito da hoje precária voz de seu autor. No mais, foi um show melancólico, lembrando, a cada música, que o tempo passa e que os falsetes, infelizmente, acabam junto com a juventude.

Muito dramático? Vejam este vídeo de "Bennie and the Jets", gravado em 1976 na Escócia, e depois comparem com a versão de ontem à noite em São Paulo:

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sábado, 17 de janeiro de 2009

O trem da esperança


Barack Obama inicia sua viagem rumo a Washington (Foto AFP)

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Paul McCartney fala sobre Israel e Palestina

Parte de entrevista publicada na Prospect Magazine

Você sabia que eu acabei de fazer um show em Israel? (nota do RA: a apresentação foi no dia 25/09/2008) Me advertiram quanto a ir lá, e me aconselharam a não entrar nos territórios palestinos. Mas eu me liguei a uma organização chamada One Voice, que é meio palestina, meio israelense. Eles trabalham pela paz, ainda esperando uma solução baseada em dois Estados. Eles acreditam que isso não está muito distante, que os políticos apenas sentem dificuldade em assinar um acordo.

Conheci alguns deles em Tel Aviv. Não tinha percebido o quanto o Estado de Israel é intrusivo. Se alguém quiser fazer algo como importar um carro nos territórios palestinos, é necessário obter uma permissão de Israel. E um palestino que trabalha em Israel precisa entrar em uma fila às três horas da manhã para começar a trabalhar às oito. É hora de batermos de frente contra isso conforme conseguimos aparentemente fazer na Irlanda.

A entrevista completa pode ser lida aqui.

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Bush: perdoar e esquecer?

Paul Krugman, no The New York Times

No domingo passado, foi perguntado ao presidente eleito Barack Obama se ele pediria uma investigação dos possíveis crimes cometidos pelo governo Bush. "Eu não acredito que ninguém esteja acima da lei", ele respondeu, mas "precisamos olhar para a frente em vez de olhar para trás".

Sinto muito, mas se não fizermos uma sindicância sobre o que aconteceu durante os anos Bush - e quase todo mundo entendeu os comentários de Obama como significando que não faremos - isso significa que aqueles que detêm o poder realmente estão acima da lei porque não enfrentarão qualquer conseqüência caso abusem de seu poder.

Vamos deixar claro sobre o que estamos falando aqui. Não se trata apenas de tortura e grampos ilegais, cujos perpetradores alegam, por mais implausível que seja, que eram patriotas agindo no interesse da segurança da nação. O fato é que os abusos do governo Bush se estendem da política ambiental aos direitos de voto. E a maioria dos abusos envolveu o uso do poder do governo para recompensar políticos amigos e punir políticos inimigos.

O processo de contratação no Judiciário era semelhante ao processo de contratação durante a ocupação do Iraque - uma ocupação cujo sucesso supostamente era essencial para a segurança nacional - no qual os candidatos eram julgados segundo sua posição política, sua lealdade pessoal ao presidente Bush e, segundo alguns relatos, sobre sua posição na questão do aborto, em vez de sua capacidade de realizar seu trabalho.

Falando sobre o Iraque, não vamos esquecer que o país fracassou na reconstrução: o governo Bush entregou bilhões de dólares em contratos sem licitação para empresas com conexões políticas, empresas que não cumpriram o contrato. E por que deveriam se preocupar em fazer seu trabalho? Qualquer funcionário do governo que tentasse auditar, digamos, a Halliburton, rapidamente via sua carreira descarrilar.

Há muito, muito mais. Segundo minha contagem, pelo menos seis importantes agências do governo passaram por grandes escândalos nos últimos oito anos - na maioria dos casos, escândalos que nunca foram apropriadamente investigados. E há o maior escândalo de todos: alguma pessoa seriamente duvida que o governo Bush enganou deliberadamente a nação para invadir o Iraque?

Por que, então, não devemos ter uma investigação oficial dos abusos durante os anos Bush?

Uma resposta que você ouvirá é que buscar a verdade causaria divisão, que exacerbaria o partidarismo. Mas se o partidarismo é tão terrível, não deveria haver alguma pena para a politização pelo governo Bush de cada aspecto do governo?

Por outro lado, nos dizem que não devemos nos concentrar nos abusos do passado, porque não os repetiremos. Mas nenhuma figura importante do governo Bush, ou entre os aliados políticos do governo, expressou remorso por infringir a lei. Quem garante que eles ou seus herdeiros políticos não farão o mesmo de novo, caso tenham a chance?

Na verdade, nós já vimos esse filme. Durante os anos Reagan, os conspiradores do caso Irã-Contras violaram a Constituição em nome da segurança nacional. Mas o primeiro presidente Bush perdoou a maioria dos malfeitores, e quando a Casa Branca finalmente mudou de mãos, o establishment político e a mídia deram a Bill Clinton o mesmo conselho que estão dando a Obama: deixe os escândalos de lado. Então o segundo governo Bush retomou exatamente de onde os conspiradores do Irã-Contras pararam - o que não causa surpresa quando você tem em mente que Bush de fato contratou alguns desses conspiradores.

Mas é verdade que uma investigação séria dos abusos da era Bush tornariam Washington um local desconfortável, tanto para aqueles que abusaram do poder quanto para aqueles que lhes possibilitaram ou defenderam. E estas pessoas têm muitos amigos. Mas o preço de proteger o conforto delas seria alto: se ignorarmos os abusos dos últimos oito anos, nós garantiremos que eles acontecerão de novo.

Enquanto isso, a respeito de Obama: apesar de provavelmente ser de seu interesse político a curto prazo perdoar e esquecer, na próxima semana ele jurará "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos". Este não é um juramento condicional para ser honrado apenas quando for conveniente.

E para proteger e defender a Constituição, um presidente deve fazer mais do que obedecer a própria Constituição; ele deve fazer com que aqueles que violam a Constituição respondam por isso. Então Obama deve reconsiderar sua aparente decisão de deixar o governo anterior escapar impune de seus crimes. Conseqüências a parte, esta não é uma decisão que ele tem o direito de tomar.

Publicado no UOL Mídia Global.

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Contagem regressiva

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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Viola é o 'maluco beleza' do Resende


Viola em entrevista coletiva

Luciano Paiva, especial para o Pele.Net

Ser lembrado como um dos destaques da final de Copa do Mundo contra a Itália, em 1994, fazer inúmeros gols decisivos e tornar-se símbolo de uma geração de torcedores do Corinthians, a segunda maior do futebol brasileiro. Seria fácil para qualquer jogador, já com os seus 40 anos completos, se aposentar e curtir os louros de dedicação à vida esportiva ao lado da família e dos amigos, certo? Não se o atleta em questão for o folclórico atacante Viola, que se considera o mais novo "maluco beleza" do futebol do Rio de Janeiro.

Contratado para ser a estrela maior do Resende no Campeonato Carioca deste ano, o artilheiro assegura que ainda tem muito a dar para o futebol. Em um bate-papo muito descontraído com a equipe de reportagem do UOL Esporte, Viola fala sobre o passado, o presente, mas recusa-se a querer imaginar o seu futuro fora das quatro linhas. "Pode ser que de repente eu me torne um técnico. Só que acho que estou muito novinho para pensar sobre isso", diz rindo.

Com a mesma astúcia da época do seu auge de matador corintiano, Viola bem que tentou driblar os mais atentos. Ao ser questionado sobre o que motiva um jogador de 40 anos a continuar atuando em uma equipe de menor investimento, ele respondeu assim: "Pode parar. Eu tenho 38 anos, com carinha de 30 e corpinho de 25. Não sou gato. Eu ainda não cheguei na casa dos 40", afirma o centroavante, que se esquece que nos registros oficiais da Confederação Brasileiro de Futebol (CBF) e da Fifa, já tem tempo que ele saiu dos 30.

Se depender de confiança, o Resende está mais do que pronto para aparecer como a grande surpresa do Campeonato Carioca. Dono de um estilo inconfundível, Viola aproveita a oportunidade para mandar um recado para as jovens promessas do futebol nacional e fala sobre o que mais gostaria de ver no esporte que o apaixonou à primeira vista nos campinhos de terra de São Paulo... "A arte e a irreverência deveriam prevalecer sempre. É por isso que jogadores como o Romário, o Túlio, o Bebeto, o Zico e entre outros não deveriam parar de jogar nunca", disse.


Viola e o técnico Roy, do Resende

Pele.Net: O que faz um atleta vitorioso como você optar por continuar jogando em um clube de menor investimento?

Viola: Eu gosto de atuar, gosto muito de estar em campo, de treinar, de concentrar. Nunca fui de fazer corpo mole. Me amarro nessa rotina. O futebol é um vício que não te deixa escapar. Mas acima de tudo, e ao contrário do que muitos pensam, eu me sinto cada vez melhor para poder jogar. Estou com saúde, sempre me cuidei, não bebo e não fumo. Ou seja, a máquina está em pleno funcionamento (risos). Eu sou um jogador de 38 anos, com rostinho de 30 e corpinho de 25. Além do mais, eu me tornei um carioca. O Rio de Janeiro não quer me deixar ir embora, e eu não quero ir também.

Pele.Net: É complicado deixar o futebol?

Viola: Claro que é. A gente joga porque gosta, pois é a nossa vida. Passamos a maior parte do nosso tempo lidando com isso. Poucos são aqueles que pensam que um dia terão de parar, terão de arrumar alguma outra coisa para fazer no tempo livre. Mas um dia a aposentadoria chega para todo mundo. Mas posso dizer que ainda estou longe disso. Nada de me aparecerem com o papo de colocar a viola no saco.

Pele.Net: Você faz parte de um estilo diferente de atacante, daquele que promete gol, que promove os jogos, que faz o marketing. Isso está falta no futebol atual?

Viola: Olha, eu sou a favor de uma coisa no futebol. Para mim, jogadores como Romário, Edmundo, Bebeto, Túlio, Zico, Maradona, Garrincha, Pelé e entre muitos outros, jamais poderiam deixar de jogar. São símbolos como esses que fazem a alegria do esporte. Não sei dizer se o futebol de hoje em dia é mais chato, acho apenas que a molecada que está aparecendo tem pensado em diversas outras coisas. Você vê a maioria deles fazendo dois, três ou quatro jogos pelo profissional, mas logo em seguida são vendidos. Quando não saem cedo do Brasil querem comprar carrões de luxo e cordões de ouro. Assim não dá.

Pele.Net: Qual é o seu objetivo hoje em dia? Fazer um determinado número de gols?

Viola: Meu objetivo é o de apenas continuar jogando, e jogando bem. Tenho 999 gols na minha carreira. Escolhi o Resende para fazer o milésimo (risos). Agora sério, tenho cerca de uns 450 gols como profissional. Mas esse número é apenas como profissional, não conto campeonato de botão, de várzea, nada disso. Mas a minha meta maior é desempenhar um bom papel aqui no Resende. Acho que isso é mais importante neste momento.

Pele.Net: O papel do Resende no Campeonato Carioca vai ser o de mero coadjuvante?

Viola: Muita gente vai achar engraçado, mas o Resende vai entrar na competição para ser campeão. Eu digo isso sempre para os mais jovens daqui, pois eles têm de acreditar sempre. Eu acredito. Se fosse diferente, eu não estaria aqui realizando a pire-temporada desde o dia 3 de janeiro. Para mim, o Resende é como se fosse a seleção brasileira. A estrutura é sensacional, estamos treinando no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei e temos todas as condições de aprontarmos algumas surpresas. Nos últimos anos os exemplos dos clubes de menores investimentos estão aí para quem quiser ver.

Pele.Net: Você já pensa no que fazer quando decidir mesmo que vai deixar o futebol?

Viola: Acho que estarei mesmo do lado de fora dos gramados. A tendência natural de boa parcela dos jogadores que deixam de atuar profissionalmente é essa. Só me resta saber se serei um bom técnico. Quem sabe?

Pele.Net: E como você analisa a situação do Edmundo? Em um primeiro momento, ele disse que iria parar após o Campeonato Brasileiro de 2008. Depois voltou atrás em sua decisão

Viola: Cara, cada um pensa e decide aquilo que é o melhor para a sua vida pessoal. Foi como já disse: os ídolos jamais poderiam parar de jogar. No meu caso, eu pararia num boa se o momento fosse esse. Não vou me remoer por causa disso, mas acho que até mesmo as pessoas fazem uma certa pressão para que os atletas com mais de 30 anos se aposentem.

Pele.Net: Passava pela sua cabeça que o Vasco seria rebaixado?

Viola: Eu adoro o Vasco, tenho um carinho enorme pelas pessoas de lá, mas o clube está pagando pela administração ruim que teve por lá durante muito tempo. Um clube de futebol precisa muito ser organizado, mas ali isso não aconteceu. Torço muito para que o Roberto Dinamite consiga recolocar o Vasco em seu devido lugar, que é na elite do nosso futebol.

Pele.Net: Quantos por cento o Viola contribuiu para o futebol brasileiro?

Viola: Posso te dizer que 100% de serviços prestados. Não digo nem pelo título da Copa do Mundo de 94. Digo mais pelos gols, pelas partidas, e, principalmente, pelo fato de eu sempre ter sido uma pessoa muito correta na vida. Isso será sempre de fundamental importância para qualquer jogador. Muitas pessoas têm uma idéia errada do Viola, me chamam de maluco e tudo mais. Eu até sou maluco mesmo, mas um maluco beleza do Resende de agora em diante.

Pele.Net: O que você achou da contratação do Ronaldo pelo Corinthians? Ele traiu o Flamengo na sua opinião?

Viola: Achei sensacional. Quem não gostaria de contratar o Ronaldo? Aposto que ele vai fazer gols e muito sucesso em São Paulo, pois quem sabe jamais desaprende da noite para o dia. Ele só precisa mesmo entrar na melhor forma física para que possa ter uma seqüência de partidas. Sobre o Flamengo, apesar de não saber ao certo o que aconteceu, acho que o Ronaldo decidiu pelo melhor mesmo. Ele estava ali e nunca apresentaram nenhum projeto, nada. Vai fazer o que, ficar parado? De maneira alguma mesmo.

Pele.Net: Qual é a mensagem para aqueles que querem seguir no mundo do futebol?

Viola: Conselho? Rapaz, se eu for tentar dar um conselho em um garoto desse, além de ser xingado, ainda corro o risco de levar uns tapas. Você já viu o tamanho desses garotos nas divisões de base? (risos). Bom, eu acho que todos eles devem antes de mais nada respeitar os familiares sempre, isso sem contar com o fato de que todos devem ser o mais honesto possível.

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domingo, 11 de janeiro de 2009

Relançados os primeiros discos de Leonard Cohen


Columbia, 1967


Columbia, 1969


Columbia, 1970

Maiores informações, aqui.

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Um Rio de amor que se perdeu


Texto de Cora Rónai publicado em O Globo

Um dos livros mais tristes da temporada é "Rio de Janeiro 1930-1960, Uma Crônica Fotográfica", de George Ermakoff. Ao longo de suas quase 250 páginas, vemos uma Cidade Maravilhosa realmente digna do apelido. Para quem vive o Rio à flor da pele e sofre com o que poderia ter sido mas não foi, aquela sucessão de fotos, uma mais linda e evocativa do que a outra, equivale a uma igual sucessão de punhaladas no coração. Lá está a prova: nós tivemos, sim, a cidade mais bonita do mundo, um paraíso urbano inigualável, assassinado pela fusão e pela mudança da capital para Brasília, de um lado, e, de outro, pelo inexplicável veio masoquista que nos faz eleger um governo canalha atrás do outro. Faltaram carinho, decência, coragem e vontade política para conservar aquele tesouro; sobraram descaso, corrupção, clientelismo, roubalheira e um caos urbano em que não há choque de ordem que dê mais jeito.

É particularmente demolidor para o nosso amor-próprio constatar que, nos últimos 50 anos, apesar dos pesares, quase todas as grandes cidades emblemáticas melhoraram numa coisa ou noutra, ainda que, no geral, a superpopulação venha cobrando o seu preço.

Paris continua sendo uma festa; Nova York perdeu as torres, mas é limpa e segura, a mãe de todas as novidades ; Berlim, em que pese a esquizofrenia das suas duas metades, ou quem sabe por isso mesmo, talvez seja a melhor capital européia do momento; Londres conseguiu despoluir o Tamisa, aquele ex-esgoto a céu aberto onde hoje nadam 94 espécies de peixe; Xangai teve o bom-senso de conservar o velho Bund mais ou menos como era e, no resto, transformou-se em ode à criatividade arquitetônica; Moscou revitalizou-se incrivelmente; Barcelona é um celeiro de idéias interessantes; Roma, apesar do trânsito infernal, é uma alegria; até Buenos Aires, logo ali, é ampla, limpa, cheia de vida, deslumbrante com seus parques e edifícios antigos bem conservados. Em todas elas pode-se andar com jóias e câmeras sem correr risco de vida; em todas elas se pode ser assaltado, sem dúvida, mas não se sai de casa com a sensação do perigo permanente que nos ronda aqui.

Triste não é constatar como essas e tantas outras capitais progrediram; é perceber que, por mais que se puxe pela memória, é difícil, se não impossível, encontrar cidade tão suja, tão abandonada e tão decadente quanto a nossa. Alguém consegue imaginar uma pichação na Quinta Avenida? Uma avenida central como a Rio Branco tão imunda e esburacada? Uma atração como a Vista Chinesa que não se recomenda aos amigos em visita? Dá vontade de sentar no chão e começar a chorar; mas desde que seja outro chão, em outro lugar, para não ser vítima do primeiro bandido.

Pitaco do RA: Esta é apenas a primeira parte da matéria publicada hoje no Segundo Caderno de O Globo. Na segunda parte, Cora fala sobre as melhorias que encontrou no Flamengo, depois de muitos anos sem entrar no outrora decadente clube da Gávea. Um pequeno consolo para quem ainda tem esperança de que o Rio volte a ser, um dia, a cidade tranqüila e maravilhosa que aparece nas fotos de George Ermakoff.

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sobre David e Golias


Foto Reuters

Entendo que o assunto é delicado. Se derrapar um pouquinho nas curvas da argumentação, corro o risco de ser taxado de anti-semita. Daí a ser considerado nazista é apenas um passo. Por isso, poucos se atrevem a tomar posição nessa eterna briga entre judeus e palestinos. E quando isso acontece, são tantos os argumentos históricos, políticos e filosóficos, que o essencial acaba sendo ignorado.

E para mim, o essencial é que o poderio militar de Israel - fortalecido ao longo da história (olha ela aí!) pelos Estados Unidos - é infinitamente superior à artilharia mequetrefe do Hamas, com seus foguetinhos de fundo de quintal que quase nunca atingem os alvos - e quando atingem, não matam ninguém. A prova disso é que desde o início dos ataques israelenses, mais de 500 palestinos morreram (muitas mulheres e crianças), contra apenas dois ou três judeus, incluindo nessa estatística um soldado israelense vítima de fogo amigo. A direrença no placar é de praticamente 500 a zero!

Resultado semelhante é o da guerra (neste caso também um eufemismo para massacre) EUA-Iraque. Em quase seis anos de ocupação, os americanos já mataram mais de 100 mil iraquianos (entre civis e militares) e sofreram "apenas" 4 mil baixas. Tanto num caso quanto noutro, o simbolismo da luta entre David e Golias se encaixa como uma luva. E, por princípios que não precisam ser enumerados, eu sempre torci contra Golias.

A única exceção de que me lembro foi a Guerra das Malvinas. É que, neste caso, a lógica se inverteu: David pensou que podia desafiar Golias, invadiu suas terras (de fato, pois de direito é outra história) e bradou arrogante no meio do oceano - "las Malvinas son argentinas!" A resposta veio fulminante, a bordo de caças Harrier e de destroyers da Real Armada Britânica.

Retomando o fio da meada, eu admiro muito o povo judeu, suas ricas tradições, sua imensa cultura, seus escritores, seus cientistas, seus artistas (Bob Dylan e Woody Allen são meus maiores ídolos), mas detesto a sua política de dominação e de opressão pela força. Da mesma forma, eu adoro os Estados Unidos, que considero a minha segunda pátria por afinidade, mas também odeio a obsessão americana de querer provar a todo momento - sempre à custa de milhares de vidas inocentes - que são a nação mais poderosa do planeta.

Em minha modesta opinião, no dia que Golias baixar as armas e tentar conversar de fato com David, respeitando a diplomacia, os direitos humanos e - principalmente - as resoluções da ONU, todas as questões poderão ser resolvidas. Até lá, no entanto, muito sangue ainda vai correr no chão poeirento do Oriente Médio. Quem viver, verá.

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sábado, 3 de janeiro de 2009

Israel


Palestino olha a paisagem em Gaza (Foto AP)

Do blog do José Saramago

Não é do melhor augúrio que o futuro presidente dos Estados Unidos venha repetindo uma e outra vez, sem lhe tremer a voz, que manterá com Israel a "relação especial" que liga os dois países, em particular o apoio incondicional que a Casa Branca tem dispensado à política repressiva (repressiva é dizer pouco) com que os governantes (e porque não também os governados?) israelitas não têm feito outra coisa senão martirizar por todos os modos e meios o povo palestino.

Se a Barack Obama não lhe repugna tomar o seu chá com verdugos e criminosos de guerra, bom proveito lhe faça, mas não conte com a aprovação da gente honesta. Outros presidentes colegas seus o fizeram antes sem precisarem de outra justificação que a tal "relação especial" com a qual se deu cobertura a quantas ignomínias foram tramadas pelos dois países contra os direitos nacionais dos palestinos.

Ao longo da campanha eleitoral Barack Obama, fosse por vivência pessoal ou por estratégia política, soube dar de si mesmo a imagem de um pai estremoso. Isso me leva a sugerir-lhe que conte esta noite uma história às suas filhas antes de adormecerem, a história de um barco que transportava quatro toneladas de medicamentos para acudir à terrível situação sanitária da população de Gaza e que esse barco, Dignidade era o seu nome, foi destruído por um ataque de forças navais israelitas sob o pretexto de que não tinha autorização para atracar nas suas costas (julgava eu, afinal ignorante, que as costas de Gaza eram palestinas…). E não se surpreenda se uma das suas filhas, ou as duas em coro, lhe disserem: "Não te canses, papá, já sabemos o que é uma relação especial, chama-se cumplicidade no crime".

Visto primeiro no Catarro Verde.

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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 2009!

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