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segunda-feira, 13 de junho de 2005

Em meio às tentações do Arteplex

Depois de algum tempo sem visitar a capital, dediquei parte do dia de anteontem (sábado) a conhecer uma das grandes novidades culturais da cidade – por incrível que pareça – ainda maravilhosa: o Unibanco Arteplex. Inaugurado há menos de um mês (no dia 20/05), o Arteplex é um complexo de cinemas (seis salas) que conta também com uma lanchonete, um restaurante, uma livraria e um bom espaço para exposições fotográficas (o IMS), tudo montado onde antes funcionava dois decadentes cinemas pornôs na Praia de Botafogo. As novas instalações superam todas as expectativas e, uma vez lá dentro, você não quer sair tão cedo, mesmo não tendo tempo suficiente para assistir ao menos um dos excelentes filmes em cartaz. E só para deixar os cinéfilos com água na boca, eis a programação: na Sala 1, Bendito fruto (brasileiro, dirigido por Sérgio Goldenberg, com Otávio Augusto, Vera Holtz e Zezeh Barbosa); na Sala 2, Um filme falado (português/francês/italiano) dirigido por Manoel de Oliveira, com John Malkovich, Catherine Deneuve e Stefania Sandrelli); na Sala 3, A pessoa é para o que nasce (brasileiro, dirigido por Roberto Berliner, com Maria Barbosa, Regina, Conceição e Gilberto Gil) e Terra em transe (clássico de Glauber Rocha em cópia restaurada, com Jardel Filho, Paulo Autran, Hugo Carvana e Jofre Soares); na Sala 4, Melinda e Melinda (o mais novo do Woody Allen, com Will Ferrell, Vinessa Shaw e David Aaron Baker); na Sala 5, Tentação (americano, dirigido por John Curran, com Laura Dern, Mark Ruffalo e Naomi Watts) e na Sala 6, o já manjadíssimo Star Wars III. Além de tudo isso, no sábado e no domingo (ontem) teve a pré-estréia de Madagascar, super desenho animado (dos americanos Eric Darnell e Tom McGrath) que tem como cenário a cidade de Nova York. Como podem ver, é cardápio para deixar qualquer um – com hora marcada para voltar à terrinha – maluco de pedra. Mesmo assim, tive algumas pequenas e valiosas compensações. A primeira delas foi ver a exposição de fotos do mestre Marc Ferrez, Vistas de Botafogo, que mostra aspectos idílicos e curiosos do bairro no fim do século XIX. As reproduções são do acervo do prestigiado Instituto Moreira Salles e dispensam comentários em relação à qualidade da mostra. A segunda compensação foi passar quase uma hora me esbaldando na ótima livraria do lugar, onde encontrei, entre outras tentações, o primeiro volume das Crônicas de Bob Dylan e a última obra-prima de Gabriel Garcia Márquez, Memoria de mis putas tristes, em edição Argentina, ainda sem tradução no Brasil. Na saída, dei mais uma olhada nos cartazes dos filmes em exibição – principalmente Melinda e Melinda, do supremo guru Woody Allen (que, com certeza, não vai chegar aqui) – antes de tomar um último expresso na Kopenhagen do vizinho Botafogo Praia Shopping. Em meio à fumaça que subia da xícara de café, me surpreendi programando uma nova e urgente visita ao Arteplex. Dessa vez, sem hora para voltar.

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