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segunda-feira, 14 de novembro de 2005

"Ele me maltrata. Mas eu gosto"

Miguel Stam, o mordomo, torce pelo ex-presidente na separação

Publicado em O Estado de São Paulo

Mordomo da mansão do ex-presidente Fernando Collor de Mello em São Paulo há cinco anos, Miguel Stam tomou as dores do patrão na batalha conjugal com a ex-primeira-dama. A pedido de Collor, Miguel contratou uma transportadora para mandar as roupas da ex-patroa para Maceió. E decorou pessoalmente e igrejinha de Alagoas para o casamento com a nova mulher.

Por que nessa separação, você fica com o ex-presidente?

A separação fez muito bem a ele. Está parecendo um garoto de 15 anos, muito apaixonado e sem tomar todos aqueles remédios que ele tomava para se controlar. A dona Rosane ficava o tempo todo trancada na parte de cima da casa, com nariz empinado. Quando teve depressão, eu fiz o que pude. Tentava levar para tomar banho de sol, levava a comida. Depois ela ficou boa e voltou a ser como antes. Aí um dia o doutor Fernando me mandou empacotar as coisas dela e e despachar para Alagoas. E hoje ela me odeia mais do que à própria Caroline (nova mulher de Collor).

Rosane Collor diz que o ex-marido não devolveu as jóias dela...

Perguntei ao doutor Fernando o que fazer com elas, porque a transportadora pede um seguro à parte. Ele mandou guardar. Fiquei cuidando das jóias, mas dia desses ele veio aqui e levou tudo. Fiquei aliviado. É muita responsabilidade cuidar de coisas assim. E eu já cuido dos quadros e dos tapetes.

É verdade que o ex-presidente agride empregados?

Olha, eu trabalho há anos para gente da sociedade. Asseguro que não existe um que não se altere com os empregados. Eles ficam mais com a gente do que com os filhos, é muito tempo! Então a agressividade deles com a gente é válida. E quem ama maltrata mesmo.

E ele já te maltratou também?

Ah, claro. Quando não maltrata, eu sinto falta. Eu gosto, adoro bronca. Já trabalhei para muita gente importante e famosa em São Paulo, sou considerado um bambambã em termos da minha profissão. Mas também erro. E aí alguém tem que mostrar. O doutor Fernando é duro, maltrata assim: olha firme, fica vermelho, bate na mesa, mostra os dentes, dá um grito. Fala assim "puuuu...", mas não termina o palavrão. Comigo nunca passou disso. Com outros, já não sei.

O que você acha da nova patroa?

Ela é muito linda e muito meiga. Como sou homossexual assumido, fui com ela comprar lingeries da loja Fruit de la Passion, nos Jardins. Nada melhor do que um homossexual para essas coisas... Ela é uma pessoa alegre. Diferente da dona Rosane, que podia ser muito insuportável, incompreensível. Às vezes, eu procurava ficar semanas sem ver. Eu arrumava a bandeja e dizia para a arrumadeira: "Toma, leva lá pra madame." Ah, não dá, né?

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