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domingo, 5 de fevereiro de 2006

Da estrada para o palco

De todas as partes do Brasil, caravanas de fãs dos Stones são formadas para o show do dia 18. Preocupação maior é com segurança.

Do JB Online

Quando Mick Jagger, Keith Richards e os outros Rolling Stones subirem ao palco montado na Praia de Copacabana, dia 18, o estudante de História Paulo Winicius Teixeira de Paula, 23 anos, já terá percorrido 1.338 quilômetros de Goiânia ao Rio de Janeiro para a maior balada da sua vida. Na mochila, câmera fotográfica, alguns trocados e uma camisa especialmente desenhada que será usada durante o show. Na cabeça, uma preocupação o acompanha antes de cair na estrada: a violência da cidade carioca.

- Aquele ônibus incendiado da linha 350 ainda está vivo na memória - comenta Paulo Winicius, ao lembrar a morte de cinco pessoas no veículo atacado por traficantes, em novembro, na Penha.

O estudante da Universidade Federal de Goiânia viajará com mais 43 pessoas, a maioria universitários, que vão aproveitar para curtir a praia e outros pontos turísticos. Eles chegam um dia antes da apresentação dos Rolling Stones e retornam no dia seguinte, domingo, dia 19. Quem vai participar da aventura já desembolsou R$ 200 com direito a hospedagem e café da manhã.

- Quando chegarmos à Avenida Brasil, dois amigos vão embarcar no ônibus e servirão de guia - informa.

Em São Paulo, a relações públicas Anita Delmonte, 23 anos, organiza duas caravanas que irão desembarcar no dia do show e voltarão assim que os vovôs do rock deixarem o palco. Preocupada com assaltos, a coordenadora se reuniu com as 93 pessoas e decidiu com o grupo que ninguém levará câmera fotográfica nem filmadora, tampouco mochilas, para não chamar atenção. As recomendações incluem guardar o dinheiro em pochetes de elástico, tipo ''canguruzinho'', que podem ser escondidas na parte interna de saias e calças.

- A idéia é ir à vontade, com camiseta velha, chinelo e o mínimo de acessórios - explica Anita, que cobrou R$ 100 por pessoa com direito a água mineral durante a viagem de seis horas de São Paulo até o Rio.

Os 48 baianos que sairão de Salvador no ônibus da Agência Paladius também ouviram recomendações para não circular em Copacabana com filmadoras, relógios e celulares. O guia de turismo Peterson William Dias, 29 anos, garante que as dicas são praxe da empresa, independentemente para onde for a viagem. Eles pagaram R$ 349 à vista ou em três vezes sem juros, já incluídos hospedagem perto do palco e café da manhã.

- As pessoas relaxam quando viajam, por isso é bom alertá-las. Sempre há riscos, não importa muito para onde você vai - observa.

O produtor de vídeo Wilson Roberto Andrade, 50 anos, faz coro com o guia de turismo. Vai trazer o filho Brunno, 26, para assistir os Stones pela primeira vez. Fã de carteirinha e defensor das belezas cariocas, Wilson e mais 11 pessoas alugaram uma van por R$ 1,2 mil.

A excursão bate-e-volta começa em Campos Gerais, Sul de Minas, às 5h do dia 18, e termina depois do show.

- Vou ao Rio de cinco a dez vezes por ano. Nunca vi nada que comprometesse a imagem da cidade. Sou fã dos vovôs do rock. Quero reviver a emoção do show do Maracanã - diz.

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