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terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Sobre as pesquisas (o exemplo canadense)

Enviado por Cesar Maia (via e-mail)

1. De dezembro de um ano a fevereiro do ano seguinte, as avaliações dos governos quase sempre melhoram. Numa série de dez anos - excluindo anos em que neste período ocorreu algum fato relevante - se pode observar que é sempre assim. Por quê? Porque é mês de Natal e a mídia suaviza, tudo fica mais rosa e se recebem presentes e afetos. O bolso melhora com o décimo-terceiro. O reveillon produz magicamente uma sensação de começar de novo. Vêm as férias de janeiro. Vem o carnaval. É sempre assim, todo ano. Cheque com Lula em 2004 e com FHC em 2000.

2. Nenhum governo sobrevive a um escândalo substantivo e continuado. Depois do periodo de noticiário concentrado, a imprensa varia e a avaliação do governo melhora. Mas, na campanha, volta tudo em cima - imagens e imagens.

3. Quando o escândalo ocorre muito em cima da eleição, não dá tempo para decantar. Mas, meses depois, o castigo nas urnas é inevitável. O tempo se encarrega de informar.

4. Dois meses antes das eleições no Canadá, em junho de 2004 (escândalo com agência de publicidade, por coincidência), os liberais voltaram a ganhar as eleições, mas haviam perdido 42 cadeiras. A diferença entre liberais e conservadores foi de uns 3 pontos.

5. O noticiário sobre o escândalo foi arrefecendo. Em novembro, os liberais já tinham uma vantagem de mais de 10 pontos, segundo todos os institutos. No inicio de 2005 - em fevereiro - a vantagem abriu: quase 15 pontos.

6. Em novembro de 2005, com 10 pontos na frente, os liberais chamaram eleições para janeiro de 2006. Queriam pegar a onda boa do fim/início de ano. Há 15 dias das eleições, tudo mudou. Os conservadores avançaram, ultrapassaram e fecharam as eleições com 10 pontos na frente.

7. De te fabula narratur. Quem viver verá!

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