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sábado, 15 de abril de 2006

O maior líder social da história

Helio Fernandes, na Tribuna da Imprensa

Nesta Semana Santa, obrigatórias as reflexões sobre a existência de Jesus Cristo e a Paixão pelo povo. Hoje, sábado, encerramos as reflexões sobre o maior líder de todos os tempos, que marcou a humanidade para sempre. Mesmo com a Igreja se apropriando de suas lutas, a Igreja de Torquemada, a Igreja que obrigou Galileu a mudar suas convicções, que mais tarde se confirmariam.

A Igreja, logo depois, sistematicamente, transformou um homem de crença, de fé, de convicção, que acreditava no corpo e no espírito num "milagreiro" comum. Daí em diante, a Igreja foi passando por várias fases, quase nenhuma delas correspondendo às crenças de Jesus Cristo.

Quando escrevo na Sexta-Feira da Paixão, posso relembrar vários tipos de Igreja. Essa Igreja, em quase todas as fases e tempos, voltada para o Poder, para o domínio, para a tirania. E tudo isso contribuiria não só para degastar a Igreja, mas também para criar uma oligarquia, seguida por todos os que ocuparam esse Poder. Fossem ditadores, reis e rainhas, presidentes, primeiros-ministros e por aí vai. Até hoje. Do Vaticano, o maior centro do Poder do mundo, até à Casa Branca. E o Kremlin, durante o período da União Soviética.

Vieram os Papas torturadores, os Papas guerreiros, os Papas da Inquisição, os Papas de uma fase de depravação e de imoralidade. Até mesmo Papas acusados de tudo mas voltados para a arte pura, para a cultura, para as obras artísticas eternas. Como o Papa Sixto II, imoralíssimo, e que foi ao mesmo tempo aquele que incentivou e quase obrigou Michelangelo a fazer a monumental Capela Sixtina. O nome vem do próprio Papa Sixto II. Foi a era do humanismo na pintura.

Essa Igreja reacionária, conservadoríssima, durou praticamente até 1848, quando apareceu o Manifesto Marxista (estranha e idiotamente chamado de Manifesto Comunista). Esse manifesto de apenas uma lauda, é dominado pela palavra PROLETÁRIO. A Igreja sentiu então a necessidade de uma renovação, juntou três cardeais que, em 1851, lançaram outro Manifesto, inteiramente diferente daquele de Marx. E que se baseava todo na palavra OPERÁRIO.

A partir daí, além da fantástica LITURGIA que ajudou a trazer a Igreja até hoje, houve uma modificação total no comportamento social da Igreja. Em 1891, surgia a RERUM NOVARUM, em 1931 a QUADRAGÉSIMO ANO. Extraordinárias as duas.

Nos últimos 75 anos, a Igreja oscilou muito. Cometeu erros gravíssimos, praticou acertos não coletivos mas individuais, houve "rachas" que não podiam ser evitados. E por causa do avanço social da Igreja, chegaram a classificar alguns bispos e cardeais como marxistas. O que era uma espécie de acusação e de vingança, mas sem qualquer base.

Só não houve modificação nos ocupantes do Poder. Novamente divididos em reis, rainhas, presidentes, primeiros-ministros, crentes ou descrentes, só pensavam e continuam pensando neles mesmos. O sacrifício, a marca de Jesus Cristo, foi abandonado. Quanto maior a descrença, mais os governantes se julgam infalíveis, insubstituíveis, e só querem deixar o Poder com a morte. Que está sempre mais próxima do que acreditam.

O PODER e o SABER não se misturam. Em toda a História do mundo tem havido um sem o outro, raramente os dois estiveram juntos. Max Weber foi um Humanista e portanto Universalista, mas jamais teve PODER. No entanto, chegou até aqui e continuará, eterno. E os outros? Acumulam pretensão. E ARROGÂNCIA, sem o SABER.

PS: Jesus Cristo influenciou e continuará influenciando toda a humanidade. Pelo exemplo e pela presença. Se o mundo durar 3 mil anos, quem nascer nesse ano, estará nascendo 3 MIL ANOS DEPOIS DE CRISTO. Eternidade é isso.

Enviado por JEO Bruno.

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1 Comments:

At 16/4/06 15:21, Anonymous Anônimo said...

Oi, Otacílio.
Continuando com seus esclarecimentos esclarecedores, você se nos apresenta com o depoimento crítico de um dos maiores conhecedores de relações sociais que eu conheço: o nosso Mestre Hélio Fernandes. Ele é magistral e não menos magistral é sua declaração "O PODER e o SABER não se misturam. Em toda a História do mundo tem havido um sem o outro, raramente os dois estiveram juntos." Com essa afirmativa incrívelmente verdadeira, ele arrola, não só a Igreja Católica Romana, como também qualquer outro tipo de tirania que Jesus sabia tão bem criticar ("Mateus 12, 13 ... Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar!").
O "post scriptum" daquele artigo, então, classifica Jesus, o Cristo como o verdadeiro início de tudo.
Abração pra todos.

 

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