'Manda Bala' é retrato perfeito do Brasil
Escrito por Gerald Thomas
"Falhar. Falhar de novo. Falhar melhor" (Fail. Fail again. Fail better). Esse era o grande "motto" de Samuel Beckett. Os irlandeses sabiam reconhecer seus erros e, de certa forma, se orgulhavam deles.
O filme "Manda Bala" é um retrato perfeito do Brasil “ladrão de galinhas”. Vai ter brasileiro que contra-argumentará: “mas e os EUA, que matam no mundo inteiro, metem o nariz em tudo que é pais, se intrometem na política interna do planeta e acabam criando conflitos mortais em todas as regiões do mundo?”
Argumento certíssimo, se asssim gostarem. Mas nem por isso "Manda Bala" deixa de retratar um Brasil que explora o mais miserável dos miseráveis. Aquele que não tem onde dormir, é espancado pela polícia, torturado por ela, ameaçado e ainda por cima roubado pelos poucos centavos que possui. Isso não se vê aqui nos EUA. Talvez na Nigéria. Talvez em Mumbai. Mas não aqui.
Melhor seria ver o filme, não criar falsos panos quentes e ver o que o Brasil tem de bom. Sabemos o que o Brasil tem de bom: os canais de TV no Brasil nos mostram o lado bonitinho da coisa toda hora: as lindas mulheres, a música entorpecentemente linda (quero vomitar!), paisagens de enlouquecer qualquer sóbrio! O ideal seria ver o filme no melhor estilo “irlandês de ser” e ficar um pouquinho quieto.
O Brasil está miserável. Cada vez mais. E cada vez mais isso se traduz numa violência nunca d'antes praticada, ou seja, de garoto para menino, de policial para civil, deixando o marginal, como diria Hélio Oiticica, no lugar do verdadeiro herói.
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