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sexta-feira, 15 de junho de 2007

As aventuras de Pequeno Bush



Desenho animado irreverente ridiculariza a vida política nos EUA

Do El País

A nova série de desenhos animados do canal a cabo Comedy Central - que lançou à fama "South Park" - está cheia de incorreção política. O que nos EUA é sinônimo de escândalo. "O Pequeno Bush, Residente dos Estados Unidos", além do próprio, tem diversos personagens da recente história americana, quase todos pequenos. São eles: o Pequeno Cheney (vice-presidente Dick Cheney), a Pequena Condi (secretária de Estado Condollezza Rice), a Pequena Clinton (Hillary Clinton), o Pequeno Rummy (ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld) e Barb (Barbara Bush, mãe do presidente Bush).

Em um dos episódios, Barb assedia sexualmente um menino e acaba abortando numa clínica em que Hillary Clinton, a Pequena Clinton, trabalha "para passar tempo" depois da escola. Pequena Condi não pára de pedir beijos a Bush e de lhe confessar seu amor, enquanto este só tem olhos para uma Laura Bush que é totalmente muda e inexpressiva. Tudo por obra e graça dos roteiristas da nova série, entre eles, Donick Cary, criador de "Os Simpsons" e do "David Letterman Show".

No primeiro episódio, o Dia dos Pais está chegando e Pequeno Bush quer lhe dar um presente muito especial, mas não tem idéia do que pode dar ao homem mais poderoso do planeta. "Já sei", diz. "Vou procurar boas notícias do Iraque, vou lhe dar algo bom dessa guerra." Pequeno Bush decide se alistar no exército. Para isso tem de passar num teste psicotécnico que consiste em escrever adequadamente o próprio nome e a data. "O nome está certo", diz o examinador. "Mas como data de hoje você escreveu 'tomate'." "Não faz mal: bem-vindo ao exército!"

O germe da série foi um sucesso no telefone celular de milhares de americanos, que recebiam em breves episódios de cinco minutos as aventuras de Pequeno Bush formando-se para um dia chegar a ser presidente. Quando o primeiro episódio foi publicado no site Break.com, teve mais de um milhão de visitantes. A Comedy Central percebeu o êxito dos episódios e encomendou uma primeira temporada de seis capítulos, que foi ao ar na noite de quarta-feira passada.

Sem dúvida, o personagem que brilhará com luz própria será "o melhor amigo de Pequeno Bush", o Pequeno Cheney, que não é capaz de pronunciar uma palavra e só se alimenta de sangue de pássaros vivos depois de arrancar suas cabeças. Mas Pequeno Bush não se atrapalha só com o governo republicano e as polêmicas eleições de 2000, o escândalo Halliburton ou a maneira como Bush e seus neocons manipularam a imprensa para evitar que as más notícias do Iraque chegassem aos cidadãos.

No episódio da próxima semana, Pequeno Bill (Bill Clinton) tenta devorar as gêmeas Lewinsky até que o sargento Hillary vem lhe dar uma surra. É o mundo animado de Pequeno Bush; teria muitas semelhanças com a realidade?

Publicado no UOL Mídia Global e editado pelo RA.

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