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domingo, 7 de setembro de 2008

Cada macaco no seu cabo

Crônica de Nelson Motta (via e-mail)

O Ibope informa: antes da TV Brasil incorporar a programação da TV Cultura e das TVEs, a média de audiência nacional dos canais estatais, puxada por raros sucessos como "Roda Viva", o "Castelo Rá-Tim-Bum" e o "Sem Censura", era de 0,75%, cerca de 178 mil espectadores. Com a TV pública caiu para 0,72%, 166 mil pessoas espalhadas num Brasil de 190 milhões.

Como o orçamento da TV Brasil é de R$ 300 milhões, além dos apoios das estatais, a aritmética não mente: cada espectador vai custar ao contribuinte cerca de R$ 2.000. Vale a pena? Ou é muito pouca gente para tanto dinheiro?

Com essa dinheirama, as operadoras de TV paga poderiam fazer um pacote anual de R$ 300, uma assinatura popular, e o Estado, tão preocupado em oferecer qualidade e diversidade de informação e entretenimento aos mais necessitados, poderia dar 1 milhão de assinaturas de TV para, digamos, comunidades carentes. O "Bolsa Cabo"! Cinco milhões de brasileiros pobres ligados no mundo. Depois da comida, diversão e arte! Nunca antes neste país...

É só uma piada. Mas o custo-benefício da TV pública é sério. Pelo menos com o "Bolsa Cabo" muito mais gente teria acesso a uma grande variedade de canais de jornalismo, filmes, ciência, história, saúde, esportes, do mundo inteiro. As minorias estariam muito mais bem atendidas com a diversidade dos canais a cabo. Iriam se divertir mais e se informariam melhor do que os escassos espectadores da TV pública, os sem-cabo. Perguntem ao povo o que ele prefere. O povo será cruel.

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