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domingo, 12 de julho de 2009

Documentário resgata figura de Paulo Francis


Do Cineclik

Falecido em 1997, o jornalista Paulo Francis era conhecido por sua personalidade multifacetada e, principalmente, a ausência de papas na língua. Já alfinetou Lula, a Petrobras, colegas de trabalho e quem mais o pegasse de mau humor. Ao mesmo tempo, sua figura emblemática, popularizada entre as massas quando o jornalista passou a fazer comentários no Jornal da Globo, o colocou numa posição de destaque também no imaginário popular.

Caro Francis, primeiro documentário exibido na competição no II Festival de Cinema de Paulínia na última sexta-feira (10/7), tem como objetivo resgatar não somente uma, mas as diversas facetas de Francis, desde as expostas por meio de seu trabalho em jornais e TVs de reconhecimento nacional até momentos íntimos.

A direção é de Nelson Hoineff (Alô Alô Terezinha), que, no palco do Theatro Municipal de Paulínia, avisou tratar-se de uma obra completamente pessoal principalmente por conta de sua amizade de longa data com o jornalista. "Este filme não foi feito com isenção jornalística, é uma carta para um amigo, um dos caras mais brilhantes de seu tempo", avisou o diretor antes desta sessão, a primeira do documentário ao público. O longa, que já tem distribuição comercial garantida, é "uma tentativa de identificação dos vários Francis", definiu Hoineff.

O que Caro Francis faz com clareza é resgatar a figura do jornalista, que, morto há 12 anos, pode ter se apagado da memória de muitos. O filme tem inserções de momentos do jornalista quando ele trabalhava na Rede Globo, tecendo comentários ácidos, muitas vezes engraçados, sobre atualidades durante o Jornal da Globo. Além disso, também ficou popular no programa do canal por assinatura GNT, Manhattan Connection. São imagens já vistas nos programas veiculados.

Por conta da relação pessoal entre o diretor e Francis, também foram disponibilizadas imagens do arquivo pessoal da família do jornalista, que também foram inseridas no documentário, dando o tom pessoal à obra. Pontuando essa trajetória que Hoineff traça de Francis, figuras que conviveram ele ou que foram alvo de críticas e polêmicas – muitas, no caso – dão depoimentos sobre o jornalista.

Paulo Francis sempre foi polêmico e muitas vezes deixou de pensar duas vezes ao criticar. Desta forma, algumas polêmicas do jornalista dão um certo tempero ao documentário, mas o interessante é relembrar sua figura e o que ela significou ao jornalismo brasileiro. Mas, ao assumir esse lado unilateral, principalmente na escolha dos depoentes - quase todos amigos pessoais de Francis -, Caro Francis acaba agradando somente aos que realmente admiram a figura do polêmico jornalista.

Embora seja dirigido por um jornalista, seja sobre um jornalista e tenha profissionais desta área na produção, o documentário não se compromete com a imparcialidade tão buscada nessa área. O que, no fim das contas, acaba até indo de encontro com o tipo de jornalismo seguido pelo objeto do filme.

Matéria editada pelo RA.

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