Ficou maior. E daí?
Celso Ming, no Estadão
Ontem o Guardian - importante diário de Londres - publicou matéria que já considera o Brasil a 6ª maior economia do mundo, ultrapassando a do Reino Unido.
O risco é o de que agora o governo de Brasília e o cidadão médio deem mostras de subdesenvolvimento e recebam a informação com doses excessivas de autolouvação - e, assim, se perca o senso de realidade.
Também em economia, o brasileiro tende a se considerar maioral. E, como no futebol, continua nutrindo a sensação de campeão do mundo. Lá pelas tantas, sobrevém a lavada de 4 a 0 do Barcelona em cima do Santos para devolvê-lo ao rés do chão. Assim, é preciso ver com objetividade notícias assim e a confirmação que virá mais cedo ou mais tarde.
Tamanho do PIB é como tamanho de caneca. E o Brasil é um canecão. Tem quatro vezes a população do Reino Unido e 35 vezes a sua área territorial. Natural que, mais dia menos dia, ultrapasse o tamanho da economia de países bem mais acanhados em massa consumidora e extensão.
Enfim, é necessário examinar esses conceitos não só pela dimensão da caneca, mas também pela qualidade de seu conteúdo. A renda per capita britânica, por exemplo, é mais de três vezes maior do que a do Brasil e a partir daí se começa a ver as coisas como realmente são.
A economia brasileira ainda é um garrafão de mazelas: baixo nível de escolaridade, concentração de renda, bolsões de miséria, déficit habitacional, grande incidência de criminalidade, infraestrutura precária, enorme carga tributária, burocracia exasperante, Justiça lenta e pouco eficiente, corrupção endêmica... e por aí vai.
Para ler o texto integral, entre aqui.
Editado e publicado no Resende Afora.
1 Comments:
Isto é um assunto que dá panos pra manga, mas, o mais importante, é que o Brasil vem apresentando evoluções em seus índices desde o surgimento do Real.
De todas as mazelas listadas pelo Celso Ming, creio que o baixo nível de escolaridade seja a pior de todas. Além desse baixo nível, acrescentaria a sua qualidade.
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