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sábado, 9 de julho de 2005

Uma noite para ficar na história

Como anunciei alguns posts abaixo, ontem no Espaço Cultural do Restaurante Girassol, em Penedo, o espetáculo "Vinicius de Moraes... É Demais!" contou com a participação especialíssima do violonista Louis Marcel Powell, filho do inesquecível Baden Powell, de quem herdou todo o talento musical. Aqueles que enfrentaram bravamente o frio da noite de quase 10ºC, puderam assistir a uma apresentação histórica, digna das mais cultuadas casas noturnas do País. O show começou pouco depois das 22 horas, com o novo espaço praticamente lotado. No violão, o jovem Isaac Giordani fazia a sua estréia na noite substituindo Thiago Zaidan, que estava se apresentando em São Paulo. O nervosismo da estréia se juntou à dura responsabilidade de estar sendo assistido por Louis Marcel Powell, um dos maiores violonistas brasileiros da atualidade. No entanto, mesmo com os dedos trêmulos, Isaac deu conta do recado, acompanhando com competência a maravilhosa voz de Claudia Martins. André Whately, por sua vez, parecia mais à vontade do que nunca, se dirigindo aos conhecidos na platéia (e eram muitos) durante as falas que intercalam os números musicais. Na parte do show que homenageia Baden Powell, Marcel foi chamado ao palco, onde chegou carregando o seu exclusivo violão Rogério dos Santos (famoso luthier carioca) equipado com seis captadores, um para cada corda. Um espanto! Não só pela qualidade do som, mas também pela vigorosa pegada do violonista, bem ao estilo do pai, com seqüências vertiginosas de acordes e solos rapidíssimos. Coisa de mestre! Acompanhando Claudia Martins (que parecia não acreditar no que estava ouvindo), Marcel tocou O Canto de Ossanha, Berimbau, Samba da Bênção, Pra que chorar e Samba em Prelúdio, todas do pai em parceria com Vinicius. Entre uma música e outra, ele também contou histórias saborosas da dupla, que costumava passar meses enfurnada dentro de casa - ou de hospitais! - compondo os clássicos que hoje não cansamos de ouvir. No final do espetáculo, Marcel voltou ao palco e, sozinho, tocou arrasadoras versões de Valsa de Eurídice, Gente Humilde, Odeon, Samba do Avião e, novamente, Berimbau e O Canto de Ossanha. Encerrou a noite ovacionado e aplaudido de pé por uma platéia que voltou para casa, no frio da madrugada, com a alma leve e o coração em estado de graça.

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1 Comments:

At 10/7/05 09:45, Anonymous Anônimo said...

Oi, Cilim.
Com irretocavel redação você descreveu tão bem a bela noitada apresentada no Girassol por artisas que eu gostaria de conhecer "de visu", magistralmente apresentados por você, que pintou uma saudade danada dessa Penedo que semre nos reserva surpresas agradáveis e dessa Resende bacana que você adotou como filha e tem divulgado tanto.
Continui com esse trabalho importante para a nossa brasilidade: divulgação dos nossos valores e seus locais de apresentação o que nos possibilita conhece-los virtualmente.
Abraços para todos.

 

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