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segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Impeachment de Lula será proposto em janeiro

Do Blog do Josias de Souza

Na liderança de um movimento "Da Indignação à Ação", o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr. diz que a ação do governo para impedir a prorrogação dos trabalhos da CPI dos Correios precipitou a análise do processo contra Lula. Em entrevista ao Blog do Josias de Souza. Reale prevê para “fins de janeiro” a apresentação de uma petição pedindo o impeachment de Lula. Abaixo, a entrevista:

Por que o sr. analisa o impeachment de Lula?

A indignação aumentou com a ação do governo para retirar assinaturas do requerimento de prorrogação da CPI dos Correios.

O governo prometeu liberar emendas de parlamentares. Isso é ilegal?

Sim. O objetivo era impedir o avanço da investigação. Há um caminhão de documentos a serem analisados. Querer pôr a pata em cima de tudo é algo que fere a sensibilidade.

Esse é o mote central para um pedido de impeachment?

Não. Muitos elementos estão sendo corporificados pelas CPIs.

Já há clareza quando à responsabilidade de Lula?

Ele está evidentemente envolvido no sentido da sua omissão.

Lula diz que não sabia de nada. Isso não o exime?

Não. Ele tem a responsabilidade e o dever de zelar pela administração. Além disso, é impossível que o presidente não saiba como se formam maiorias para votar matérias de relevância para o governo dele.

Quando serão concluídos os estudos para o pedido de impeachment?

Venho dizendo que é preciso terminar as CPIs. Mas esses fatos da última semana ferem o decoro e aguçam a sensibilidade moral.

A tentativa de encurtar as investigações precipita as coisas?

Pode precipitar a reação popular. Senti isso nos últimos dias. Há crescente indignação.

O sr. continua achando que é preciso esperar o término das CPIs?

Creio que é preciso deixar que as investigações avancem um pouco mais.

A CPI dos Correios foi prorrogada até abril. Esse é o prazo?

Acho que até fins de janeiro já teremos resultados consistentes.

Suas ligações com o PSDB não dão à iniciativa um caráter partidário?

Não. O movimento é suprapartidário. Quando elaborei a petição de impeachment do Collor junto com o Fábio Comparato, quem foi comigo na CPI do PC Farias, para colher elementos, foi o Márcio Thomaz Bastos, que já era ligado ao PT. Não agimos ali como pessoas partidárias. Agora é a mesma coisa.

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