Museu Afro expõe a "baianidade" latente de Carybé

Da Folha Online

A Bahia vai ocupar integralmente o museu Afro Brasil, em São Paulo. Além da coleção de Odorico Tavares, exposta no subsolo, o espaço recebe, a partir de hoje, uma extensa mostra sobre o baiano Carybé (1911-1997) e seu universo. A partir do dia 6/5, mais Bahia: 80 artistas mostram obras inspiradas em letras de Dorival Caymmi.

Na mostra dedicada a Carybé, enorme variedade de registros: pinturas, esculturas, desenhos, gravuras. Somadas, as cerca de 500 obras mostram a produção intensa de Hector Julio Paride Barnabó - o apelido, Carybé, foi dado na juventude por Jorge Amado, em referência a um peixe selvagem.

- Fazer uma mostra retrospectiva seria congelar o trabalho de Carybé. Prefiro, em vez disso, mostrar o universo mítico que permeia um artista cheio de meandros - diz o curador, Emanoel Araújo.

Mitologia

Nascido na Argentina, o artista passou a infância na Itália. No Brasil, freqüentou a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio, e mudou-se para Salvador na década de 50. É a cidade e seus ícones - torres de igrejas, orixás, peixes, mitos - que aparecem retratados com força pelos desenhos e pelas telas de Carybé.

A maior parte das obras vem da coleção da família, mas há trabalhos emprestados pela Odebrecht e por Antonio Carlos Magalhães. "Ele [ACM] é ciumento, mas empresta", brinca Araújo.

Livros ilustrados pelo artista (como "Macunaíma", edição especial de 1957), exibição de filmes (como "Vadiação", de 1954, dirigido por Alexandre Robatto Filho) e a coleção de artesanato (especialmente afro-brasileiro e barroco) que pertencia a Carybé completam a mostra.

Se você for

"O Universo Mítico de Hector Julio Paride Barnabó - O Baiano Carybé"
Abertura hoje, às 19h. Exposição aberta de terça a domingo, das 10h às 18h, até o dia 2 de julho.
Museu Afro Brasil - Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10, parque Ibirapuera. Telefone (11) 5579-0593.
Entrada franca.