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sábado, 20 de janeiro de 2007

O efeito Gisele

Rogério Canella, fotógrafo e editor de fotografia, especial para o UOL

Último dia, último desfile e a mais importante modelo brasileira da época das supermodelos vai dar o ar da graça. Pode parecer pouco ou uma bobagem, mas altera a rotina daqueles que, como eu, alimentam os sites e publicações com as imagens das moças.

A "coisa" já começa no dia anterior ao desfile: "E aí, que horas você vai chegar amanhã?" Pergunta nada fácil de responder já que quanto mais se aproxima a hora do desfile, mais a sala de imprensa fica cheia.

A fila para o pit, lugar onde se posicionam os fotógrafos, aparece pela primeira vez, depois de 26 desfiles, quando chegar até lá era um passeio. O dia é de Gisele. Os fotógrafos de agências, que estavam sumidos na cola do Chávez e do Chapolin, digo Morales, chegam com suas lentes. Fotógrafos de jornais que têm as Redações aqui no Rio tiram par ou ímpar para ver quem "faz" a Gisele. Até a grife, coitada, ninguém ou quase ninguém chama pelo nome. É o "Desfile da Gisele".

Na sala de desfile, abarrotada com várias pessoas e suas câmeras digitais, todos prendem a respiração e vibram como se fosse um gol, ou quase, quando a musa finalmente entra em cena. Cada passo é acompanhado por centenas de olhares atentos. Ela é diferente. É igual a um craque destes que a gente vê que toca diferente na bola, mesmo sem saber nada de futebol. Ela chega até a ponta da passarela e os disparos das câmeras no modo "high" - que permite quase dez chapas em um segundo - soam em uníssono.

A moça faz o pivô e retorna rebolante para sua troca de roupas. Os olhares continuam nela e a modelo que vem em seguida quase passa despercebida. A musa faz mais duas entradas, mas assim como outros tenho que sair correndo da sala com o cartão de memória e o primeiro look registrado para transmitir as fotos e mostrar para o mundo. Afinal é esta a dimensão da deusa. As caras e bocas e trejeitos que um certo astro de cinema que já afundou um transatlântico conhece de cor.

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