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sexta-feira, 23 de março de 2007

Tanta semelhança, quanta diferença!



Trecho nobre e esquecido do Calçadão, que é assim...


... mas poderia ser assim


Um dos pontos mais belos da cidade é usado como simples passagem


... mas poderia ser um local de descanso e lazer


Até dois meses atrás, esta rua de Campos Elíseos era assim...


... mas poderia ser sempre assim, sem buracos nem remendos

Paixão à primeira vista

Cora Rónai

Estou encantada com o Acre! A natureza da Região Norte sempre me surpreende e fascina, mas no Acre há mais do que isso - há um amor pela terra que se manifesta nas centenas de bandeiras do estado que tremulam em mastros oficiais, se mostram nas lojas e nas casas e percorrem as ruas como adesivos de automóveis, motos e bicicletas. Isso quando não vão coladas ao peito dos acreanos, como estampas de camisetas.

Aliás, em nenhum outro lugar do mundo vi tanta gente usando camisetas com símbolos locais.

Faz um bem danado à alma da gente ver isso.

Depois, há, por toda parte, paredes pintadas nas cores mais lindas. Achei que fosse coisa da capital, privilegiada por administrações recentes de matar qualquer carioca de inveja, mas não. Percorrendo mais de 200 quilômetros de estrada até a fronteira com a Bolívia, onde quer que se pare há uma janela vermelha, uma porta azul, uma fachada verde.

Esse gosto pelo colorido se vê igualmente nas roupas estendidas para secar: qualquer varal humilde perdido no interior parece adereço cenográfico. Isso, aliás, criou um interessante paradoxo para a equipe de filmagem que faz "Amazônia", que acabou deixando de lado muitas locações importantes porque, simplesmente, pareceriam bonitas demais, limpas demais para ser verdade.

A limpeza das cidades que vi também me surpreendeu. Em Rio Branco, cheguei a pensar que as ruas tão limpinhas fossem um esforço ocasional para transmitir uma boa imagem com a visibilidade proporcionada pela minissérie; mas em Epitaciolandia e Brasiléia (onde estou), há o mesmo cuidado com os espaços públicos. As cidades não são ricas, em alguns lugares as ruas estão esburacadas por causa das chuvas, mas quase não se vê lixo nas ruas ou pixações nas paredes.

Confesso que, diante dessa pobreza digna e asseada, me envergonhei pelo estado lastimável em que se encontra o Rio. Como todo carioca, estou cansada de saber que não há turista americano ou europeu que não fique chocado diante de tanta sujeira e falta de manutenção; agora sei, por constatação própria, que, neste quesito, fazemos feio também diante dos acreanos.

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