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domingo, 11 de março de 2007

O pai da criança

Crônica de Nelson Motta, via e-mail

O Rio agradece a cordial visita presidencial, mas lembra que Lula e Zé Dirceu têm uma dívida impagável com os cariocas. Nas eleições de 1998, numa jogada política desastrosa, intervieram no diretório carioca do PT, cassando a candidatura de Vladimir Palmeira e fechando uma aliança com Garotinho, com Benedita de vice.

Só assim o esperto caipira, fragorosamente derrotado quatro anos antes, pôde se eleger governador, derrotando o favorito César Maia, que, com todos os seus defeitos, era um mal muito menor.

E para quê? Para, durante oito anos, infernizar a vida de Lula, do PT e da cidade do Rio de Janeiro, onde jamais ganhou uma eleição: o grosso de seu eleitorado sempre foi a clientela do interior e dos grotões.

Muitas vezes, na calada do Planalto, torrando um Cohiba, Lula e Dirceu devem ter repetido o lamento do general Golbery sobre o SNI: "criamos um monstro". Mas era tarde demais, o governo estadual engendrado pelo gênio político da dupla abriu guerra total contra o governo federal e a prefeitura da Capital, com os fins e os meios que se conhece, e os cariocas pagaram a conta.

Em 2002, numa jogada política, esta sim magistral, Garotinho levou fé que Bené não resistiria à tentação de nove meses em palácio e que o PT avançaria sobre o banquete de cargos, renunciou e deixou-lhes um abacaxi cabeludo, com o Estado endividado e a expectativa de um caos administrativo.

Não deu outra: Bené se aboletou no Palácio Guanabara e o PT tentou abocanhar todos os cargos possíveis no Estado e recebeu de Garotinho a merecida alcunha de "partido da boquinha". Com o governo petista e Benedita desmoralizados, o desastre anunciado permitiu a volta do garotismo ao poder com a eleição da inacreditável Rosinha.

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