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sábado, 4 de agosto de 2007

Virada carioca

Crônica de Nelson Motta (via e-mail)

Como tantos cariocas, confesso que já havia perdido as esperanças com o Rio de Janeiro, ou quase. Mas o Pan provou, como já acontecera na Eco-92, que basta um policiamento adequado para reduzir dramaticamente a criminalidade e melhorar a vida dos cidadãos. Óbvio, não?

Não foi preciso muita sociologia, nem discussões acadêmicas, políticas, ideológicas ou sindicais. Apenas uma questão objetiva de governo, de comando e planejamento, com profissionais competentes, armamentos, veículos e equipamentos modernos de monitoração e controle. Não é um bicho de sete cabeças nem algum mal invencível, como se acreditava. Bastou dinheiro, vontade e competência, o óbvio.

Mas foi apenas um comecinho, um mínimo que a população exige que o Estado faça com seus impostos. Por alguns dias, a cidade experimentou uma sensação de como havia sido, de como poderia ser, de que o Rio tem jeito, sim. O caminho é longo e tortuoso, mas ter alguma esperança já é algo que não se ousava sonhar na era Garotinho.

Para mostrar como tudo vai ser difícil, outro acontecimento emblemático do Pan foi a prisão de dois PMs que assaltaram turistas americanos e depois foram identificados por fotos. É impossível que qualquer política de segurança pública seja bem sucedida sem uma rigorosa depuração das forças policiais, em processo de apodrecimento sob lideranças políticas e corruptas nos últimos governos.

No encerramento, César Maia e Sérgio Cabral foram vaiados, mas não pelo que fizeram. As vaias soaram mais como castigo pelo que eles e seus aliados não fizeram antes, e como advertência, pelo que terão de fazer daqui para diante, para que estes dias de festa não tenham sido só Pan e circo, mas o marco de uma virada na vida da cidade.

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