O intrépido detetive Pedro Bial

Triste papel o do jornalista Pedro Bial nas Olimpíadas... Na falta do que fazer na China, escalaram o lendário domador de Big Brothers para investigar casos que poderiam ser - na cabeça dos diretores globais - tão interessantes quanto as tradicionais disputas por medalhas.

Senão vejamos: logo que pisou em território chinês, o sagaz repórter viajou para uma província localizada a mais de 3 mil quilômetros de Pequim, onde 16 policiais haviam sido mortos em um atentado. Bial, é claro, não conseguiu apurar coisa alguma. Ou melhor, chegou a gravar uma hilariante matéria no suposto local do crime, uma rua sem qualquer vestígio de explosão, de sangue, absolutamente nada. Para isso, ele percorreu milhares de quilômetros dentro da China! Seria o mesmo que, durante os Jogos Pan-Americanos no Rio, um jornalista australiano fosse cobrir uma das costumeiras matanças promovidas por grileiros no interior do Pará.

Muito bem. Hoje de manhã, o intrépido Pedro já estava às voltas com um novo e intrigante mistério chinês, este, pelo menos, relacionado de certa forma às Olimpíadas. O caso é mais ou menos o seguinte: em uma apresentação acrobática ocorrida antes de um jogo de basquete, um dos membros da trupe que fazia a exibição errou a pirueta e caiu sobre o pescoço. Levado imediatamente para um hospital, não se soube mais notícias do infeliz. E, agora, a tarefa do nosso implacável repórter é saber se o rapaz ficará ou não paraplégico.

No entanto, como Pequim não é o Rio e a China não é o Brasil, Bial - mais uma vez - está a ver navios. E aí, ele faz cara de bravo para a câmera e recorre - vejam só! - a Confúcio para dizer, no final da matéria (?), que jamais desistirá de buscar a verdade. Meu Deus! O que faz um jornalista para justificar uma longa, caríssima e desnecessária viagem à China...