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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Sobre David e Golias


Foto Reuters

Entendo que o assunto é delicado. Se derrapar um pouquinho nas curvas da argumentação, corro o risco de ser taxado de anti-semita. Daí a ser considerado nazista é apenas um passo. Por isso, poucos se atrevem a tomar posição nessa eterna briga entre judeus e palestinos. E quando isso acontece, são tantos os argumentos históricos, políticos e filosóficos, que o essencial acaba sendo ignorado.

E para mim, o essencial é que o poderio militar de Israel - fortalecido ao longo da história (olha ela aí!) pelos Estados Unidos - é infinitamente superior à artilharia mequetrefe do Hamas, com seus foguetinhos de fundo de quintal que quase nunca atingem os alvos - e quando atingem, não matam ninguém. A prova disso é que desde o início dos ataques israelenses, mais de 500 palestinos morreram (muitas mulheres e crianças), contra apenas dois ou três judeus, incluindo nessa estatística um soldado israelense vítima de fogo amigo. A direrença no placar é de praticamente 500 a zero!

Resultado semelhante é o da guerra (neste caso também um eufemismo para massacre) EUA-Iraque. Em quase seis anos de ocupação, os americanos já mataram mais de 100 mil iraquianos (entre civis e militares) e sofreram "apenas" 4 mil baixas. Tanto num caso quanto noutro, o simbolismo da luta entre David e Golias se encaixa como uma luva. E, por princípios que não precisam ser enumerados, eu sempre torci contra Golias.

A única exceção de que me lembro foi a Guerra das Malvinas. É que, neste caso, a lógica se inverteu: David pensou que podia desafiar Golias, invadiu suas terras (de fato, pois de direito é outra história) e bradou arrogante no meio do oceano - "las Malvinas son argentinas!" A resposta veio fulminante, a bordo de caças Harrier e de destroyers da Real Armada Britânica.

Retomando o fio da meada, eu admiro muito o povo judeu, suas ricas tradições, sua imensa cultura, seus escritores, seus cientistas, seus artistas (Bob Dylan e Woody Allen são meus maiores ídolos), mas detesto a sua política de dominação e de opressão pela força. Da mesma forma, eu adoro os Estados Unidos, que considero a minha segunda pátria por afinidade, mas também odeio a obsessão americana de querer provar a todo momento - sempre à custa de milhares de vidas inocentes - que são a nação mais poderosa do planeta.

Em minha modesta opinião, no dia que Golias baixar as armas e tentar conversar de fato com David, respeitando a diplomacia, os direitos humanos e - principalmente - as resoluções da ONU, todas as questões poderão ser resolvidas. Até lá, no entanto, muito sangue ainda vai correr no chão poeirento do Oriente Médio. Quem viver, verá.

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1 Comments:

At 11/1/09 19:48, Anonymous Anônimo said...

Desculpa ao autor, mas discordo totalmente da sua opinião.
Para começar, sou judeu e é por causa disso que venho debater com você esta questão. Você já teve a chance de ir a essa região? Falar de longe é muito fácil...mas só quem já foi e busca informações locais ou mora na região é quem entende realmente o que acontece naquela região. Israel há anos vem sofrendo com foguetes, estes que você diz não terem poder, e ao longo desses anos já acabaram com muitas vidas também, falam que Israel está revidando desproporcionalmente aos ataques do Hamas, na sua opinião, o que seria proporcional? Israel tendo seu exército poderoso teria que errar o alvo(sim, porque o Hamas não mira seus foguetes em bases militares de Israel) e tentar acertar o mesmo número de vidas humanas que eles nos tiraram? Isso não tem cabimento! Israel está lutando contra um cancer, este que se chama terrorismo! E como todo cancer, para salvar a vida do paciente, no tratamento acabam se perdendo células boas também, este é o preço para salvar o paciente (povo palestino). Israel quer acabar com um grupo terrorista que incita desde cedo suas crianças a despertarem o ódio contra o povo judeu, crianças que não tem direito a infância, brincar, pois são treinadas para acabar com o povo judeu!
Para finalizar deixo uma frase dita por Golda Meir, ilustre cidadã israelense:

“Nós podemos perdoar os árabes por matarem nossos filhos. Nós não podemos perdoá-los por forçar-nos a matar seus filhos. Nós somente teremos paz com os árabes quando eles amarem seus filhos mais do que nos odeiam”.

 

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