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sexta-feira, 27 de março de 2009

Da nova série 'Porque o Rio é o Rio'

Começa hoje nova crise na Segurança do Rio

Xico Vargas, no Ponte Aérea

Explode nesta sexta-feira uma crise de boas dimensões na área de Segurança do Rio de Janeiro. Reúnem-se no fim da tarde no hotel Presidente, na praça Tiradentes, centro da cidade, todos os peritos do Instituto de Polícia Técnica que ocupam postos de chefia. Pretendem bater o martelo sobre a entrega dos cargos ao diretor de Polícia Técnica e Científica, Walter da Silva Barros, na segunda-feira, às duas da tarde, num encontro na Academia de Polícia.

Move-os um conjunto de queixas para as quais, afirmam, não têm encontrado respostas no governo do estado. No centro dessa discussão estão a existência de mais de 20 mil laudos à espera de conclusão, uma tonelada de projéteis de arma de fogo que aguardam exame de balística, mais de 30 mil gravações à espera de transcrição e, causa desse absurdo, o deficit de mais de 600 peritos no quadro de pessoal.

Em outro ramo da mesma área a crise se concentra sobre o novo Instituto Médico Legal, que já nasce tisnado por uma penca de denúncias. Vão do superfaturamento à desordem ambiental. Por exemplo: a criação teve por base projeto calculado em 22 milhões de reais de custo total – obras físicas e equipamentos. Essa grana já foi e a construção parou porque faltam cinco milhões. Mais o custo de todos os equipamentos. É mole?

Além disso, o novo IML embute um crime contra o meio-ambiente: não tem estação de tratamento de dejetos. Todo o despejo (vísceras infectadas, produtos químicos, material contaminado) será feito no canal do Mangue - que lhe é vizinho – e, dali, para a baía de Guanabara. Não fosse suficiente essa lambança, como toda obra parada o Instituto já exibe efeitos da deterioração. Sem uso e vazia, a caixa d’água rachou. Sem movimento, ocupantes ou vigilância eficiente as letras de bronze da fachada foram roubadas.

Posto a comandar um prédio vazio, o diretor do Instituto bateu em retirada. Para o lugar foi nomeada a delegada Marta Cavalieri. Até há pouco essa senhora comandava a 41a. delegacia, no sub-bairro do Tanque, Jacarepaguá. Asseguram os peritos que teria sido retirada do lugar por baixa produtividade.

Sem perícia ou IML, a já escassa mobilidade dos inquéritos policiais no Rio desaparecerá de vez.

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