Saudades do Senna e de um tempo que se foi
Esta foto eu fiz durante um treino livre no Autódromo de Jacarepaguá (hoje, Nelson Piquet) no longínquo ano de 1985, quando os GPs do Brasil eram disputados no Rio de Janeiro. Tenho em meu arquivo muitos cromos (slides) do Piquet, do Prost, do Patrese, do Alboreto, do Cheever e de muitos outros pilotos da época. E ando, há tempos, tomando coragem para digitalizar tudo isso, mas, por enquanto, pronta mesmo só esta foto do Senna, que eu gosto muito.
Me lembro bem do momento do clique: ele dentro do Lotus preto parado na saída do box, esperando a hora de entrar na pista, pensativo e melancólico como sempre. Era um dia tranquilo e o autódromo estava quase vazio, só mesmo os pilotos, os mecânicos e alguns poucos fotógrafos. Eu, em início de carreira, fazia parte da equipe da agência Câmara Três e a nossa missão era, todos os anos, registrar não só a corrida mas, também, os treinos livres, os treinos oficiais e o treino de pneus, que tinha um dia só para eles.
Nosso cliente era a então toda poderosa Olivetti, empresa italiana patrocinadora da equipe BMW. Isso nos rendia algumas mordomias, que iam além de passar uma semana quase inteira no glamuroso e fechado circo da F1. Uma delas era poder tomar o café da manhã de domingo, horas antes da corrida, no Hotel Transcontinental, em São Conrado, ao lado dos pilotos. Era quando eu via o Senna sentado tranquilamente diante de um copo de suco de laranja e pensava que a vida não podia ser melhor para um aprendiz de fotógrafo.
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