O dia em que o trânsito parou
Mas, anteontem (dia 10), um fato inusitado parou o trânsito nos bairros centrais entre, aproximadamente, 14:30 e 16 horas. Sim, raros leitores do RA, num rompante de disposição, a prefeitura resolveu remendar o maltratado asfalto da ponte Tácito Vianna Rodrigues em plena sexta-feira, tradicionalmente o dia mais movimentado da semana.
O que se (ou)viu foi um festival de buzinas que incomodou mais do que os insuportáveis alto-falantes dos carros de propaganda, enquanto os funcionários da prefeitura (ou a serviço da dita cuja) faziam o seu trabalho protegidos por dois guardas municipais (um de cada lado da ponte) que seguravam os motoristas enfurecidos.
Enquanto eu fotografava a bagunça (veja as fotos no post "Sexta-feira, três da tarde, obras na ponte", logo abaixo), fui abordado por diversas pessoas que queriam saber o motivo de tanto barulho. Uma senhora, ao ouvir a resposta, disse que iria perder a consulta médica por ter sido obrigada a descer do ônibus para terminar o trajeto a pé. Um senhor quis saber se eu era da prefeitura e, depois do não, endereçou uma boa meia dúzia de palavrões ao prefeito.
Na rotatória da Praça da Concórdia, um conhecido médico, a bordo de sua camionete, discutia com outro motorista que reivindicava em altos brados a sua preferência na passagem pelo local. Quase foram às vias de fato bem no meio das duas longas filas de carros formadas nas avenidas Presidente Kennedy e Gustavo Jardim.
Muito bem. O que levaria a prefeitura (leia-se secretaria de obras) a escolher dia e horário tão impróprios para a realização de uma "obra" em uma das únicas pontes que ligam os dois lados da cidade? Não seria preferível fazer isso num sábado à tarde, numa manhã de domingo ou, em caso de urgência urgentíssima, durante a madrugada de um dia qualquer?
Como na última sexta-feira os buracos da ponte Tácito Vianna Rodrigues não estavam nem maiores e nem mais profundos do que o habitual, a única resposta cabível para o transtorno causado é que não existe resposta cabível. Isso porque justificar o injustificável costuma ser tarefa exclusiva dos políticos que, no Brasil, podem tudo, sem o mínimo respeito pelos cidadãos que os elegeram na doce ilusão de viverem dias melhores em um futuro que nunca chega.
5 Comments:
A incapacidade e a irreponsabilidade está instalada na administração. São amadores......
Olá, RA!
Quero deixar o meu protesto quanto aos buracos que reaparecem sempre nesta cidade depois das chuvas e, principalmente, sobre as obras inacabadas, como a do Parque Paraíso - área de lazer tão utilizada pelas crianças, jovens, adultos e idosos no bairro Paraíso, que desde 2008 está fechado à população, sem previsão para a reabertura. Otacílio, estes parques eram bons para as comunidades e necessitavam sim de reforma, mas dê um pulo nos parques dos bairros e os fotografe. Acho um absurdo que, em plenas férias, as crianças tenham que ficar nas ruas, sem opção do lazer a que estavam acostumadas.
Têm toda a razão, raros leitores do RA. Obrigado pelas sujestões e um grande abraço.
Com relação aos buracos que apareceram depois das chuvas (janeiro/fevereiro) eu garanto e provo que houve uma entrega, sem licitação do contrato no. 11 de 6.1.2009, a uma empreteira de Resende, que todo mundo sabe em que foi financiadora da campanha do atual Prefeito, pelo preço de R$ 856.754,55 (contrato no. 11 de 6.1.2009).
Feliz do domno da empreiteira que no dia 06.01.09, conseguiu reaver parte de seus investimentos.
Com relação ao Parque Paraiso, o que houve foi um erro de logistica, pois o governo passado, acreditando na reeleição empurrou o término da obra para a seu segundo mandato. Houve tambem, incapacidade da empreiteira contratada para terminar os serviços, abandonando a obra já no final do Governo Silvio de Carvalho.
Problemas dessa natureza não são uma exclusividade de Resende. Aqui na capital do Rio também sofremos, e muito com isso.
É vergonhoso!
Nosso estado do Rio de Janeiro está entregue mesmo. Por isso que as empresas estão saindo daqui. É muito caro e há pouco retorno.
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