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segunda-feira, 12 de abril de 2010

James Cameron quer brigar pela Amazônia


Do New York Times

Desde que escreveu o roteiro de "Avatar", sua história épica da batalha da ganância contra a natureza, há 15 anos, James Cameron diz que se tornou um ávido ambientalista. Mas disse que até viajar para a Amazônia brasileira no mês passado, sua militância estava limitada principalmente à forma ambientalmente responsável que ele tentava viver: com energia solar e eólica em sua casa em Santa Bárbara, e dirigindo carros híbridos e cuidando de sua própria horta orgânica com sua mulher.

"Avatar" - e seus quase US$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 4,8 bilhões) em ingressos vendidos – mudou tudo isso, inundando Cameron de elogios por ter ajudado a "emocionalizar" os temas ambientais e de pedidos para que ele se envolvesse mais.


Agora, diz Cameron, ele foi incentivado a agir, a falar contra a destruição do meio ambiente que ameaça grupos indígenas em todo o mundo – uma causa que está alimentando sua indignação e inspirando seu trabalho para um sequência de "Avatar".

"Qualquer experiência direta que eu tenho com grupos indígenas e suas dificuldades podem alimentar a natureza da história que eu escolher contar”, diz ele. "Na verdade, é quase certo que isso aconteça." Referindo-se à sua viagem à Amazônia, ele acrescentou: "Isso só me deixa mais indignado."


Cameron está tão entusiasmado que está planejando voltar à Amazônia esta semana, desta vez com Sigourney Weaver e pelo menos outro integrante do elenco de "Avatar".

O foco da visita é a grande usina de Belo Monte, planejada pelo governo brasileiro. Seria a terceira maior do mundo, e os ambientalistas dizem que ela inundará centenas de quilômetros quadrados da Amazônia e secará uma extensão de 96 quilômetros do rio Xingu, devastando as comunidades indígenas que vivem às suas margens. Durante anos o projeto ficou engavetado, mas o governo agora planeja fazer um leilão de concessão para a construção da usina.


Impedir a hidrelétrica se tornou uma nova cruzada pessoal para o diretor, que visitou o país durante um conselho especial formado por líderes indígenas de 13 tribos para discutir suas últimas opções. Foi a primeira visita de Cameron à Amazônia, diz ele, embora tenha baseado o planeta fictício de "Avatar" nas florestas tropicais da região. Ainda assim, ele achou inegável a semelhança do tema de seu filme com a vida real.

A hidrelétrica é um "exemplo quintessencial do tipo de coisa que estamos mostrando em 'Avatar' – a colisão da visão de progresso de uma civilização tecnológica à custa do mundo natural e das culturas dos povos indígenas que vivem lá", conclui o cineasta.

Matéria publicada no UOL Notícias e editada pelo RA.

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