Texto de Otacílio Rodrigues
Na última sexta-feira (dia 5), ao abordar um táxi londrino onde viajava Mark Duggan, policiais ingleses atiraram e mataram o jovem negro de 29 anos.
No dia 22 de julho de 2005, ao invadir um vagão de trem do metrô londrino onde estava Jean Charles, policiais ingleses atiraram e mataram o jovem brasileiro de 27 anos.
Segundo a polícia londrina, Mark Duggan estava sendo investigado por fazer parte de uma gangue de traficantes de drogas e que foi morto porque atirou nos policiais no momento da abordagem.
Segundo a polícia londrina, Jean Charles estava sendo investigado por fazer parte de um grupo terrorista e que foi morto porque carregava explosivos por baixo de um pesado casaco e teria corrido dos policiais ao entrar na estação do metrô.
Testes de balística provaram que o tiro que atingiu o rádio de um dos policiais não foi disparado por Mark Duggan e sim pela própria polícia.
No caso Jean Charles, foi comprovado que - além de não estar armado e de não ter corrido dos policiais, também não portava bombas debaixo do tal casaco - na verdade, o brasileiro vestia uma simples jaqueta jeans quando foi morto.
A morte de Jean Charles revoltou os brasileiros (daqui e e de lá), que exigiram - sem sucesso - a punição dos culpados.
A morte de Mark Duggan provocou violentas manifestações - que já duram quatro dias - de grupos de jovens inconformados com a falta de oportunidades, com a perseguição policial e, principalmente, com a discriminação racial na Grã-Bretanha.
Publicado no Resende Afora.
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