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sábado, 20 de maio de 2006

Deu no New York Times

Crônica de Nelson Motta (via e-mail)

O Departamento de Polícia informa que, em 2005, o número de assassinatos na cidade regrediu ao nível de 1962: 540. E que 70% dos casos foram elucidados e os culpados presos, julgados e condenados. Em Nova York.

Turbinado pelo alto poder aquisitivo, o tráfico de drogas é maior do que em São Paulo e no Rio juntos, mas ninguém morreu em guerras de quadrilhas. E nem por balas perdidas. Ninguém foi morto em "confronto com a polícia". Nenhum policial morreu em serviço. Mais de 90% dos assassinos tinham passagem pela polícia. Metade dos assassinados também. É da condição humana, numa cidade de sete milhões de habitantes, onde o crime não nasce da miséria mas da maldade, da ganância e das paixões.

Nos anos 70 eles eram chamados de "pigs", mas hoje os policiais de Nova York merecem a confiança e gratidão da população que lhes paga bons salários. Estão ganhando a guerra contra o crime em uma cidade que, por sua riqueza e poder, atrai também os piores bandidos, trambiqueiros e terroristas, a nata do lixo.

Os casos de abusos e crimes de policiais foram perseguidos e agora são raros, as corregedorias são implacáveis, os delitos de autoridades tem as penas agravadas, a impunidade é zero. A Justiça é rápida e intolerante com advogados chicaneiros, advogados desonestos têm o registro profissional cassado.

O que também faz grande diferença é que a força policial é da cidade, formada por sua gente e comandada pelo responsável pela segurança pública, eleito para administrar os problemas da cidade: o prefeito.

Não é sonho ou milagre, são 20 anos de trabalho, de administrações democratas e republicanas, em que cada um fez a sua parte. Ainda há esperança de um futuro possível para os nossos netos?

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