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quinta-feira, 29 de junho de 2006

Espírito de revanche - Parte 2

Joana Calmon é jovem, bonita e escreve muito bem. Jornalista, mora há quatro anos na capital francesa, de onde pilota um blog genialmente batizado de Pariscopio. Pois bem. Com a classificação da França para as quartas da Copa - tendo como adversário o Brasil -, Joana não pensou duas vezes para lançar na blogosfera uma indignada campanha com o seguinte slogan:

"Surra na França, Brasil! Chega de humilhação!"

O sucesso veio rápido, tanto que, hoje, o seu desabafo ocupa toda a capa do caderno Esportes do jornal O Globo. Madrugador que sou, li a matéria antes do sol nascer e corri até o Pariscopio para comentar a façanha e pedir autorização da autora para reproduzir trechos do post original aqui no RA. A resposta veio por e-mail, liberando geral. De qualquer forma, recomendo uma visita ao Pariscopio para ler tudo na íntegra. Além de divertido, o blog passa uma boa visão das alegrias e tristezas comuns aos jovens brasileiros expatriados em qualquer parte do mundo. Diga lá, Joana:

Meu drama (e o de muitos outros brasileiros que vivem aqui): toda vez que pego um táxi do aeroporto para casa, sou obrigada a ouvir do motorista a mesma gracinha. Uma gracinha que TO-DO taxista francês faz com TO-DO brasileiro que chega em Paris. Porque no meio do caminho tem uma pedra, tem uma pedra no meio do caminho. A única via que liga o aeroporto internacional à cidade passa em frente ao maldito Stade de France. Não tem escapatória. A não ser que você opte pela via subterrânea e enfrente o metrô de mala e cuia, é impossivel evitar a visão apocalíptica do famigerado estádio, palco de um dos momentos mais tristes da vida de qualquer brasileiro.

E para piorar a situação, vem o FDP do taxista, bancando o guia turístico, e manda: "Foi ali que a França deu aquela surra de 3 a 0 no Brasil em 98!". Dá vontade de responder: "Ah, jura, seu FDP? Se vc não tivesse me mostrado, teria passado em branco..." Mas para evitar que o francês (ô, raça esquentadinha!) te largue num dos subúrbios mais perigosos de Paris (foi lá que o circo – ou melhor, boa parte da frota automobilistica francesa – começou a pegar fogo, na revolta da periferia no fim do ano passado), é melhor não dizer nada e abrir aquele sorriso amarelo.

Alguns comentários postados no Pariscopio:

1. Você esqueceu de relatar no teu blog aquela musiquinha chata que eles adoram cantar para qualquer brasileiro: Et Un, et Deux, et Trois ZERO!

2. Se serve de consolo para os compatriotas que moram aí na França... Tive treinamento aqui na empresa mês passado... Instrutores franceses... E ainda tiveram a petulância de nos zoar... Surra neles!!!

3. Realmenbte joana, eu te entendo muito mais do que vc pode imaginar. Sou brasileiro e vivi na frança durante 5 anos, cheguei lá no inicio de 99, vc pode imaginar então com a copa do mundo fresquinha na cabeça deles, o que eu tive que agüentar. A pergunta era sistematica: - VC é brasileiro?? - sou!! - HAHAHAH... Et un, et deux, et trois zéro!

4. Em 98 estudava na escola francesa do Rio e até o diretor da escola entrou em sala pra mandar o famoso "et un, et deux et trois zero!", e agora estudo na França e não quero por nada nesse mundo repetir a dose!

5. Joana, estou ne mesma situação que vc!!! Moro em Paris há 6 anos, cheguei aqui um ano depois da copa e escuto até hoje o "et un, et deux et trois zéro" não só de taxista mas tb de amigos, colegas de trabalho, do NAMORADO que tb é francês e fanático por futebol... e de qualquer francês que descobre que sou brasileira!! 2002 nao adiantou, só uma bela vitória poderá calar esse povo!!

6. Ainda faltam 3 dias p/ o jogo e o pessoal aqui já está arrumando desculpa dizendo que o árbitro é espanhol...

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