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domingo, 13 de abril de 2008

O eterno prefeito Viriato Palhares

Gosto muito de novelas. Particularmente das novelas da Globo. Mais precisamente das novelas das seis da Globo. Gosto das histórias de época, das locações, dos figurinos, dos enredos leves e, geralmente, bem-humorados das novelas das seis. Mas gosto principalmente dos personagens, dos personagens de época das novelas das seis.

Agora, por exemplo, não perco um capítulo de "Desejo Proibido" que, infelizmente, já se avizinha do seu glorioso final. E não perco porque, entre muitas outras coisas, a trama se passa no Triângulo Mineiro, onde nasci e cresci, perto de Uberaba, porém não tão perto de Desemboque, terra de Viriato Palhares e do próprio Lima Duarte, que o encarna.

Nesse caso, o termo é mais que apropriado, já que Lima Duarte não interpreta seus personagens, ele É cada personagem que interpreta. Por isso, o capítulo de ontem merece entrar para qualquer antologia das novelas brasileiras.

Quem assistiu, certamente se emocionou com Viriato Palhares nas principais cenas: primeiro, no palanque vendo o filho secreto se aproximar em meio à multidão; depois, agradecendo e abraçando Ciro Feijó por ter tirado o filho da armadilha preparada por Henrique e Dona Cândida; em seguida, contando a verdade sobre o filho para a mulher Magnólia e, no final, revelando essa mesma verdade para a perversa Dona Cândida.

É claro que o capítulo não teria o brilho que teve sem as participações para lá de especiais dos "coadjuvantes" Rodrigo Lombardi, Nívea Maria e Eva Wilma, todos perfeitos em seus papéis. Mas quem arrasou mesmo foi Lima Duarte, transpirando por todos os poros um Viriato Palhares que jamais será esquecido, assim como os eternos Zeca Diabo, Sinhozinho Malta e Sassá Mutema.

Se a intenção de Lima Duarte era encerrar com chave de ouro a sua participação em novelas através de um enredo que ele próprio sugeriu ao autor Walter Negrão - e que mostra a sua origem mineira, "lá do interior, lá de Desemboque, pertinho de Sacramento" -, ele pode ficar sossegado. O prefeito Viriato Palhares já está não só no panteão dos grandes personagens das novelas de todos os horários e de todas as emissoras, mas como também de toda a dramaturgia brasileira.

Pitaco do Viriato: Panteão? É bão também!

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2 Comments:

At 13/4/08 09:50, Anonymous Anônimo said...

Também gostei do Panteão (coisa de grego), mas, gostei mais de ver o seu comentário sobre a atuação do Lima Duarte, sempre impecável e vivendo seus personagens com toda a propriedade e alma. Só me resta acrescentar: "Hei, nóis minêros, sô!".
Abração prá todos.
Acácio

 
At 14/4/08 17:07, Blogger Otacílio Rodrigues said...

Pois é, Grande Mestre... Eu que nasci em Araxá, cresci em Araguari e apareci em Monte Carmelo, não posso deixar de fazer aquela tradicional pergunta:
Tem base?

 

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