Máfia cobra juros menores que bancos brasileiros
O jornal Washington Post publicou, anteontem, reportagem de primeira página dizendo que cada vez mais empresas italianas recorrem à Máfia para fechar as contas do mês. É que os bancos locais, que são historicamente mão-fechada na hora de emprestar se comparados com os padrões internacionais, fecharam ainda mais o cofre na crise atual. Com o crédito seco, estima-se que 180 mil empresas italianas tenham ido bater na porta da organização criminosa (a Máfia, que fique claro) para conseguir honrar os compromissos.
Um detalhe chamou minha atenção: segundo a reportagem do diário norte-americano, os mafiosos cobram em média 120% de juros ao ano. Fui vasculhar e achei reportagem do UOL, do fim do ano passado, segundo a qual os bancos brasileiros cobram hoje 191,75% de juros no cheque especial, em média, por ano. Essa porcentagem saltou 34 pontos em 2008, no mesmo período em que a taxa Selic de juros subiu apenas 2,5 pontos.
Faça as contas: se o brasileiro entrar R$ 500,00 no cheque especial, pagará juros de R$ 959,75 ao final de um ano. Se pedir o mesmo valor para um mafioso, terá de morrer "apenas" com R$ 600,00 de juros. A diferença está no que acontece se você não pagar em dia: com a Cosa Nostra italiana talvez dê para negociar...
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