Trem-bala Rio-SP deve custar mais US$ 3 bi
Do Estadão Online
O Trem de Alta Velocidade (TAV), entre Rio e São Paulo, deverá custar bem mais caro que os US$ 11 bilhões previstos inicialmente pelo governo federal. Segundo fontes do setor, o estudo técnico preparado pela consultoria inglesa Halcrow - entregue na semana passada ao Ministério dos Transportes e guardado a sete chaves - prevê um volume de investimentos de US$ 14 bilhões. Pela cotação de ontem, isso significaria R$ 31 bilhões.
Boa parte desses recursos terá de sair dos cofres do governo, já que o projeto tende a seguir o formato de Parceria Público-Privada (PPP). Sem uma contrapartida do Estado, o trem-bala se tornaria inviável, garantem especialistas. A dúvida é saber se o governo terá capacidade financeira para levar o empreendimento adiante no atual cenário de escassez de dinheiro no mundo. Uma saída seria conseguir empréstimos de bancos de fomento de países interessados em fornecer a tecnologia do TAV.
De acordo com os estudos técnicos, a demanda de passageiros é de 7 milhões de pessoas por ano no trecho entre as capitais paulista e carioca. A maior procura, no entanto, ficará entre Campinas e São José dos Campos, no interior de São Paulo. Nesse trecho, a expectativa é transportar em torno de 11 milhões de pessoas por ano. Apesar disso, especialistas afirmam que 65% da receita do TAV virá do trecho entre as capitais.
Projetos imobiliários
Do Ex-Blog do Cesar Maia (via e-mail)
Vinte anos atrás, a Valec realizou um primeiro estudo sobre o Trem-Bala Rio-SP. Os especialistas, na época, afirmavam que o projeto precisava vir acoplado a projetos imobiliários no percurso, de forma a tornar o investimento rentável, minimizando o aporte de recursos públicos. Seriam bairros sofisticados que ficariam na altura de Volta Redonda (RJ) e de Jundiaí (SP). De outra forma, o ganho imobiliário do projeto nas estações de parada iria apenas para investidores imobiliários. Que, aliás, já devem estar se mexendo.
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