RA completa 13 anos no AR

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O caso Polansky


Cartazes pedem a libertação de Polansky no Festival de Cinema de Zurique

Trecho de artigo de Ronald Sokol publicado no UOL Internacional

Duas grandes falhas colocam dúvidas sobre a legitimidade do pedido de extradição de Polanski. A primeira diz respeito aos próprios objetivos da lei criminal. Estes normalmente são descritos como vingança, prevenção, punição e reabilitação. A vingança é amplamente reconhecida como algo ilegítimo. No caso de Polanski, nenhum objetivo legítimo parece aplicável.

Como ele não cometeu nenhum outro crime, pelo menos que nós saibamos, nas três décadas em que viveu na França e na Suíça, o objetivo de prevenir que ele não cometa mais nenhum crime não tem efeito.

Nem os de punição e reabilitação parecem aplicáveis. A punição, assim como a reabilitação, deve ser salutar, não vingativa. O propósito de ambos é permitir ao prisioneiro retornar à sociedade e funcionar num contexto social sem cometer mais crimes. Como Polanski tem vivido em Paris durante três décadas como um cidadão aparentemente seguidor das leis, esses objetivos não se aplicam. O que parece restar é a vingança.

A segunda falha é igualmente problemática. O pedido de extradição parece ser o primeiro feito desde 1978, quando Polanski se tornou um fugitivo. Apesar de o escritório da promotoria do distrito de Los Angeles dizer que buscou informações e monitorou suas viagens ao longo dos anos, não pediu sua extradição nenhuma vez.

Se Polanski tivesse se mantido incógnito e seu paradeiro fosse desconhecido, poderia haver um pouco de sentido para explicar o atraso de três décadas, mas ele é um dos diretores de cinema mais famosos do mundo. Ele não tem se escondido. Embora possa ter sido impossível extraditá-lo da França, ele poderia facilmente ter sido extraditado da Suíça há muito tempo.

Quando há um atraso de décadas por parte das autoridades da promotoria para prender e extraditar alguém e isso não pode ser explicado pronta e coerentemente, as ações do promotor parecem arbitrárias. A arbitrariedade é enfatizada pelo fato de que a vítima do crime não está motivando a perseguição.

Para ler o artigo na íntegra, entre aqui.

Share

2 Comments:

At 5/10/09 01:42, Anonymous Anônimo said...

Pq vc não fez nenhum post sobre a Exapicor?

 
At 5/10/09 03:16, Blogger Otacílio Rodrigues said...

Porque, infelizmente, eu não pude comparecer a nenhum dos eventos deste ano. Mas em 2010, prometo que estarei lá!

 

Postar um comentário

<< Home