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sexta-feira, 26 de março de 2010

Bateu, esganou e jogou a filha pela janela - 3

No capítulo anterior, terminei com a fala de alguém que acredita piamente na culpa dos Nardoni. Essa pessoa dizia que não importava se Alexandre e Anna Carolina haviam cuidado bem ou não da Isabella nas muitas vezes (ao longo de quase cinco anos) em que eles passaram fins de semana juntos e que isso não teria nada a ver com o crime praticado pelo casal.

Muito bem. Quer dizer que depois de quase cinco anos de convivência familiar entre pai, madrasta, filha/enteada e, mais tarde, os filhos de Alexandre e Anna Carolina, todos em harmonia (pelo menos, não há nenhuma prova em contrário), após idas e vindas ao supermercado, à sorveteria, ao cinema, à pracinha do bairro, ao clube, ao pronto-socorro por uma febre repentina, à casa dos avós para os almoços de domingo, enfim, depois de tudo isso, o pai vira um monstro de filme B e joga a filha única de cinco anos de idade pela janela do apartamento?

- Ah, mas a perícia provou que havia marcas da tela rasgada na camisa do Alexandre e que tinha manchas de sangue da menina na sala, no quarto...

E eu respondo novamente perguntando: provou para quem? Para ela mesma? Sim, porque se a sua intenção é culpar alguém, você certamente usará todas as armas e argumentos disponíveis no seu arsenal de especialista. Afinal, está em jogo a sua competência. E se existe uma coisa clara nessa história toda é a intenção da polícia - manifestada desde o primeiro interrogatório na delegacia - de culpar o casal Nardoni pela morte da Isabella.

Ontem (quinta-feira) no tribunal, Alexandre e Anna Carolina repetiram o que já haviam dito dois anos atrás, que os policiais que cuidaram inicialmente do caso insistiram que um deles confessasse o crime para livrar o outro. Isso sem qualquer investigação preliminar. Por quê? Não seria uma questão de mostrar competência, mostrar serviço resolvendo com rapidez um caso que poderia se complicar por falta de provas evidentes?

E como Alexandre e Anna Carolina não confessaram o crime que não cometeram (essa é a minha opinião de pai/filho de família), só restou aos delegados, aos peritos e ao promotor tentar provar que eles estavam certos desde o início, que sempre tiveram razão em acusar o casal Nardoni pela misteriosa morte de Isabella.

Se os jurados acatarem o pedido de condenação da promotoria baseados apenas nas "provas" técnicas (já que não há confissão e nem testemunha do "crime"), poderemos ver sacramentado hoje um dos maiores erros judiciários da história do país.

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