Brasil, a eficácia sem encanto
O título acima é de uma matéria do jornal espanhol El País publicada online na noite deste domingo. O autor José Sámano não poupa opiniões negativas sobre o time de Dunga, mesmo após a vitória de hoje por 3 a 1 contra a Costa do Marfim, resultado que classificou o Brasil para as oitavas de final da Copa da África.
Como o artigo é longo e o meu tempo é curto (afinal, amanhã é segunda-feira), vou reproduzir - traduzindo livremente - apenas os parágrafos e as frases que julgar mais interessantes. Caso você queira ler o texto original em espanhol, entre aqui.
De uma partida indigesta tirou proveito o Brasil, que definitivamente perdeu muito da sua graça. Existe a mesma gana de antes, mas não a antiga alegria - o samba se transformou em heavy metal.
Suas vitórias ganham pontos, mas são esquecidas pela falta de brilho. Este Brasil somará títulos, não legendas.
Na seleção pentacampeã mundial, o futebol já não é uma arte, uma festa maior, mas somente um ofício. Há muito de italianização germânica neste Brasil tão de Dunga, tão feito à sua imagem e semelhança.
Dunga nunca pareceu brasileiro. Como jogador, era o capataz de Romário e Bebeto em 1994. Como técnico, 16 anos depois, é o sargento de Luis Fabiano e Robinho, já que a folha de serviço de Kaká, horrível no início e absolvido no final, ainda não está clara.
Como naquele Mundial dos Estados Unidos, o Brasil joga duas partidas: uma, com vitória em campo; outra, com derrota para a opinião pública, que, nostálgica, não perdoa a mudança.
Depois de tudo isso - e também de dizer que o Brasil começa os jogos sempre recuado, com oito jogadores atrás, esperando que apareçam espaços livres na frente para tentar chegar ao gol -, o repórter do El País reconhece que a seleção atual é firme e contundente, tão candidata ao título como quando era um encanto.
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