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terça-feira, 11 de outubro de 2005

Corrupção e sensibilidade popular

Por Cesar Maia

Já é história antiga - e fato largamente comprovado na análise política - que quanto mais longe do cotidiano das pessoas, menos importância elas dão aos atos de corrupção dos políticos. Coisas como contas offshore, que são de extrema gravidade, não são percebidas proporcionalmente pela grande maioria dos eleitores. Se fizerem uma pesquisa hoje sobre a credibilidade do Maluf, ela dará o mesmo resultado de seis meses atrás. Doleiros, contas no exterior ficam longe da percepção espontânea da população. Não fazem parte de seus hábitos.

Mas quando entram os parentes no jogo, o eleitor passa a fazer uma digestão rápida e o processo de contaminação é incontrolável e epidêmico. O governo e a oposição sabem disso. Primeiro foi o filho de Lula. Agora o irmão de Lula, fato que até o líder do governo no Senado, Aloízio Mercadante, lastimou e criticou abertamente. Junto veio na rede o filho do Zé Dirceu.

Quando o irmão - ou o filho de Lula - sentar na cadeira de uma CPI, a chance do processo pegar na testa do presidente é gigantesca. Todos sabem disso. Agora tem início a partida principal de opinião pública.

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