Noblat na Playboy
Você já sabia do Delúbio?
Comecei a ouvir em meados de 2003 que o Delúbio estava cobrando comissão de fornecedor de governo. Era o que se comentava no meio publicitário, e como eu tenho amigos na área...
E por que não publicou?
Porque só contavam se eu não publicasse. E jornalista não pode viver sem ser capaz de ouvir histórias, mesmo sob essa condição. Muitas vezes essas histórias vão ser úteis mais adiante. Ou vão lhe abrir os olhos e você vai prestar atenção em coisas em que antes não prestava. Logo depois que estourou o caso do Waldomiro, o José Genoíno me ligou dizendo que sabia que a Veja estava apurando um perfil do Delúbio e perguntando por que a imprensa estava interessada nele. Eu respondi que o cara estava por aí cobrando comissão de fornecedor adoidado, que eu tinha ouvido muito isso. E avisei a ele: "Tira o Delúbio e o Silvinho de circulação, porque eles vão se complicar".
E as outras sacanagens de Brasília? A Jeany Mary Corner é só uma promotora de eventos?
Ela promove eventos. E as meninas que recruta se encarregam de promover a felicidade dos convidados. Dinheiro, poder e sexo estão juntos em toda parte, mais ainda em capitais do poder.
Sempre foi assim?
Em 1982, quando cheguei aqui, a Jeany da época era uma funcionária da Câmara. Ela atendia deputados e senadores. Algumas de suas recepcionistas davam expediente na própria Câmara durante o dia. A verdadeira Jeany chegou no fim do governo Sarney e se firmou no de Collor. A República de Alagoas foi uma festa. Agência de propaganda que servia ao governo fretava jatinho para assessor de Collor ir trepar em São Paulo no fim da tarde e retornar para dormir em casa. Mas a própria Jeany já confessou que governo nenhum superou até hoje o governo Lula em matéria de libidinagem - até que Roberto Jefferson estragou tudo.
As fontes de notícias em Brasília, sempre disputadas, já perceberam a importância do blog?
Meu blog aconteceu para os políticos por causa de um furo que dei logo no início. Lula estava reunido com vários ministros discutindo a expulsão do correspondente do New York Times por causa da matéria sobre a relação do presidente com bebida. Nesse momento entra um assessor do Lula com a Constituição na mão: "Olha, presidente, está na Constituição, não pode expulsar o cara não". A resposta foi: "Foda-se a Constituição". A maioria dos jornais tremeria, piscaria dez vezes antes de publicar que o presidente disse "Foda-se a Constituição". Eu publiquei exatamente assim.
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