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sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Cúpula das Américas: Frieza bilateral

Lula é o último a chegar e o primeiro a partir

Do El Clarín

Ainda que politicamente Argentina e Brasil se mostrem unidos nesta Cúpula de Mar del Plata, a relação entre ambos os países está no ponto mais baixo na presidência de Néstor Kirchner. Seu colega brasileiro, Lula da Silva, será o último a chegar na capital marplatense: desembarca hoje às 13 horas. E será o primeiro a retirar-se: parte amanhã antes do encerramento da reunião.

Celso Amorim, um homem que por natureza é muito ativo, faltou ontem ao encontro dos chanceleres do continente. Não compareceu, sequer, o segundo do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães.

Todos têm uma boa desculpa para justificar as ausências. Devem preparar a visita de George W. Bush, que aterrisará em Brasília amanhã à noite e permanecerá na cidade até a tarde de domingo.

Porém, certamente houve outras razões para que o Brasil baixasse o tom de sua participação na cúpula, nos primeiros dias. Não se viu uma participação brasileira ativa nas discussões sobre a Área de Livre Comércio das Américas, que recaíram, na prática, integralmente nas costas argentinas, segundo disseram diplomatas de Buenos Aires.

De qualquer modo, os negociadores brasileiros acompanharam seus sócios do Mercosul. Concordaram em redigir um parágrafo, defendido em bloco, que eliminou a palavra mais controversa dessa reunião: ALCA.

"A integração do hemisfério não se rejeita com um parágrafo", afirmou um diplomata brasileiro. Se pode supor que Amorim preferiu não se expor em um debate árduo horas antes da visita de Bush ao seu país. Mas teve quem especulasse, entre sorrisos, que houve uma boa dose de vingança na decisão de Lula de permanecer poucas horas em Mar del Plata.

Ocorre que Kirchner passou apenas uma noite em Brasília na cúpula dos presidentes da Comunidade Sul-Americana de Nações. Segundo os meios brasileiros, a atitude foi considerada em Brasília "como um desplante".

Algumas fontes deixaram transparecer que a frieza entre os dois grandes sócios poderia levar à suspensão de uma cúpula bilateral de Lula e Kirchner prevista para o próximo 30 de novembro.

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