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terça-feira, 15 de novembro de 2005

A verdadeira felicidade

Navegando sem rumo pela net, atraquei agora no Suburbia Tales, um porto que não visitava há tempos. De visual novo (pelo menos, pra mim), o blog continua sendo um dos mais divertidos da nossa blogosfera, com relatos impagáveis do dia-a-dia dos moradores do subúrbio carioca, universo formado pelos bairros da Tijuca, Méier (ou melhor, Méia), Del Castilho, Engenho Novo, Bonsucesso e adjacências.

Para quem mora ou já morou em algum bairro tranqüilo do Rio (de qualquer zona) ou em cidades do interior brasileiro (de qualquer estado), a identificação com o Suburbia é imediata. Dá até pra sentir o cheiro da (verdadeira) felicidade, aquela que a gente só reconhece depois que abandona as origens.

Para que vocês tenham uma idéia do que estou falando, aqui vão duas legítimas suburbia tales (ambas assinadas por Cris França):


Cena suburbana

batendo palmas no portão (campainha pra quê?)
cachorros latindo insanamente

A dona da casa chega berrando com os cachorros mandando eles calarem a boca, principalmente aquele poodle encardido de rabo sujo que acha que é mais cachorro que o pastor alemão que fica no quintal. Ela se aproxima do portão e uma senhora que ela não conhece está lá no portão.

Das duas uma:

1. A senhora desconhecida é crente e quer vender a Revista Sentinela e tentar converter a dona da casa.

2. A senhora desconhecida estava passando pela rua e olhou pro quintal e viu que na casa tinha um pé de folhas de quebra-pedra e resolveu pedir uma mudinha pra poder plantar no quintal de casa, já que o marido tá sofrenu de pedra no rins.

Direto do túnel do tempo…

Estava eu lembrando, que num passado não muito distante, o ventilador de teto não era uma coisa comum nas casas suburbanas (a casa e video é que espalhou a onda no início dos anos 90). Então, a galera que não tinha ar condicionado colocava o ventilador grandão da arno na janela do apartamento pra ver se refrescava mais.

A falta de noção e o desespero pelo calor eram grandes. Tinha um prédio que dava os fundos para o meu que muitos apartamentos adotavam esta prática. E a maioria não tinha grades para escorar o ventilador no parapeito da janela. Um dia isso vai cair, pensava eu, na minha cabeça que já via desgraça com 8 anos de idade.

Não deu outra. Certa vez, estava eu na janela à noite e vejo o ventilador arno grandão despencar do 3o. andar do prédio vizinho. Não feriu ninguém, caiu na parte da garagem onde não haviam carros. Mas é aquilo, geral foi pra janela, alguns vizinhos desceram, e às 11 horas da noite de domingo começou a rolar o ciclo de debates sobre o ventilador que despencou da janela.

Depois do ocorrido, o dono do ventilador comprou um outro igual e resolveu amarrá-lo com barbante na janela. Gambiarra feia, mas o ventilador desistiu de se suicidar.

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