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sábado, 2 de junho de 2007

40 motivos para lembrar 'Sgt. Pepper's'

Escrito por Leslie Gray Streeter para o Cox Newspapers

O disco dos Beatles, "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", lançado 40 anos atrás, não foi o único álbum de 1967 que um dia seria considerado lendário. Ele pertence a um grande grupo que inclui "Are You Experienced?", do Jimi Hendrix, "The Velvet Underground and Nico" e "Surrealistic Pillow", do Jefferson Airplane.

Mas, temos que admitir: trata-se do "Sgt. Pepper". E dos Beatles. É impossível não querer mais quando se trata da música da banda de Liverpool. Eis aqui 40 motivos pelos quais nós ainda amamos o álbum e, para parafrasear a música-título, sempre curtimos o show.

1. A música-título. Adoramos a sua nervosa combinação do antigo e tradicional (trompas francesas, Paul McCartney na imitação de pregoeiro) e do moderno arrogante (o relaxante ritmo psicodélico do coro e a passagem sugestiva: "Gostaríamos de levá-lo para casa conosco; adoraríamos levá-lo para casa"). Bem! Será que John Philip Sousa aprovaria?

2. O conceito. Juntamente com "Pet Sounds" dos Beach Boys, que o influenciou, este foi um dos primeiros álbuns conceituais, o que faz dele o avô de obras como "Dark Side of the Moon", do Pink Floyd, "Journey through the Secret Life of Plants", de Stevie Wonder e "American Idiot", do Green Day.

3. O mito do ácido. Qual é o verdadeiro significado de "Lucy in the Sky With Diamonds" (literalmente, "Lucy no Céu com Diamantes")? A música diria respeito, conforme insistia John Lennon, a uma pintura que o seu filho Julian fez de uma garota da sua classe, ou trata-se de uma referência ao LSD? Honestamente, de certa forma gosto de não saber a resposta - o rock precisa ter os seus mistérios bizarros.

4. "When I'm 64". Eu adoro "When I'm 64" porque se trata de uma destas músicas, como "Hope I die before I get old", do álbum "My Generation", do The Who, cuja letra foi obviamente escrita por jovens. Eles não pensavam na possibilidade de que, 40 anos depois, poderiam estar vivos e ter 64 anos de idade, conforme ocorreu com McCartney no ano passado.

5. A capa. A memorável capa do artista Peter Blake mostrando imagens dos Beatles e de vários notáveis que os membros da banda gostariam de ter presentes em um concerto imaginário. Todos fizeram sugestões, exceto Ringo, que teria dito que não se importava, e que aceitaria o que quer que os outros quisessem.

6. A influência da capa. Como sempre podemos contar com os matemáticos para que usem os seus dons de formas esquisitas e maravilhosas, os caras do departamento de matemática da Faculdade Mercyhurst, na Pensilvânia, criaram um site que detalha a capa do álbum e traz um quadro no estilo pintado-por-números mostrando quem é quem.

7. The Beatles: os primeiros mestres de cerimônia? Várias músicas do álbum incluem amostras, incluindo o som de fãs dos Beatles gritando no Hollywood Bowl em "With a Little Help from My Friends".

8. Um fato esquisito. A versão de "Sgt. Pepper" lançada no sudeste da Ásia, na Malásia e em Hong Kong, substituiu três músicas - "Lucy in the Sky with Diamonds", "A Day in the Life" e "With a Little Help from My Friends" por três músicas de "Magical Mystery Tour", incluindo "The Fool on the Hill", "Baby You're A Rich Man" e (com a grafia errada) "I'm the Walrus", devido à suspeita de referências a drogas.

9. Mais sobre a capa. Os nossos favoritos entre os objetos estranhos que apareceram na capa: um narguilé, que pode ter ajudado a alimentar os boatos sobre drogas, uma figura em pedra de Branca de Neve e um gnomo de jardim que não está procurando nos vender uma viagem com desconto.

10. A versão em fita de oito pistas. Como gostamos das referências a tecnologias kitschy ultrapassadas, achamos engraçado o fato de a versão em fita de oito pistas lançada pela Capitol ter não apenas modificado a ordem das músicas, de forma que estas coubessem igualmente nas quatro seções da fita, mas também editado a reprise da música título. Gênio ou intrometimento?

11. E falando sobre reprise. Adoramos uma banda com uma visão tão corajosa e às vezes tão pomposamente avant-garde que eles deveriam ter uma reprise. As reprises, para nós, querem dizer: "Aquilo que nós dissemos é tão importante que vamos dizer novamente! E faremos isso na sua cara". Ou, "Acabaram as nossas músicas, portanto, eis aqui uma reprise!".

12. Condado de Palm Beach, alerta! O cantor e compositor Dion DiMucci, atualmente morador de Boca Raton, na Flórida, é uma das celebridades exibidas na capa.

13. "Lovely Rita". O casamento perfeito entre a ironia e a celebração da mulher trabalhadora cujo trabalho é às vezes irritante.

14. De volta à capa. Ela inspirou uma grande quantidade de paródias, incluindo duas versões dos Simpsons, "We're Only in It for the Money" do álbum de Frank Zappa Mothers of Invention, com Zappa de vestido, e a paródia relacionada ao Monty Python "Sgt. Rutles' Loney Darts Club Band" do "The Rutles", que traz um alvo de dardos no meio.

15. Por outro lado... Ela também inspirou o "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", estrelando os Bee Gees e Peter Frampton, que é um dos filmes mais impossíveis de se assistir que eu já tive a oportunidade de ver. E falo como alguém que já viu "Roadhouse" mais de uma vez.

16. Os Beatles tiveram que obter a permissão de todas as pessoas que eles queriam que aparecessem na capa e que ainda estavam vivas. Mae West inicialmente recusou, porque teria achado uma tolice aparecer em uma banda relativa a um clube de corações solitários. Mas quando os rapazes lhe escreveram uma carta pessoal, ela cedeu e permitiu que eles utilizassem o seu retrato.

17. E falando de capas. A infame "Lucy in the Sky With Diamonds" de William Shatner, apontada em uma pesquisa britânica de opinião como sendo a pior capa dos Beatles a penetrar em uma cavidade auricular, é na verdade deliciosa de uma forma surrealista e tola (Nota do RA: tópico incompreensível devido à má tradução. Como não temos o texto original, fica assim mesmo).

18. O crescimento. Na música, no visual, no legado e no gigantesco salto de qualidade. O álbum ajudou a romper com a imagem da banda como sendo os "fab four" (quatro fabulosos), um grupo de rapazes geniais, mas de aparência inocente.

19. O quinto Beatle! Ainda que ele já estivesse morto há algum tempo, o ex-Beatle Stu Sutcliffe aparece na capa.

20. Os britânicos receberam a obra mais cedo. O álbum foi lançado no Reino Unido em 1° de junho de 1967, mas foi reproduzido em 20 de maio no show da BBC "Where It's At", integralmente, com a exceção de "A Day in the Life", que foi banida devido a (adivinhem!)referências a drogas.

21. E falando sobre músicas banidas. O título original do álbum era "In the Life of..." ("Na Vida de...").

22. A primeira música? Bem, a primeira gravada para o álbum foi "When I'm 64", e a última "Within You Without You".

23. Um acobertamento! Gandhi e o ator Leo Gorcey, de "Dead End Kids", foram ambos removidos da capa. O primeiro porque a gravadora britânica EMI ficou com medo de ofender os fãs indianos, e o segundo porque queria dinheiro para que a sua imagem fosse usada.

24. Paul: Morto de novo? A conspiração "Paul Está Morto" aparentemente vai além da capa de "Abbey Road". O esquisitíssimo site TurnMeOnDeadMan.com indica várias pistas malucas contidas na capa de "Sgt. Peppers", incluindo a sugestão de que os jacintos amarelos soletram "Paul". Ah... ok!

25. Sgt. Pepper: As Sessões Coreanas. Quando "Sgt. Pepper" foi lançado na Coréia em 1977, foram apagadas da capa todas as figuras famosas, exceto os Beatles, o que foi uma forma de evitar controvérsia.

26. Sgt. Pepper: o restaurante! Não se trata apenas de uma inspiração musical - existe um restaurante em Hickory, na Carolina do Norte, chamado Sergeant Pepper's, que alardeia possuir "um gostinho dos anos sessenta". E os sessenta aparentemente têm gosto de bolo de queijo frito.

27. Ainda o Número Um. A revista "Rolling Stone" o escolheu como a mais importante gravação de rock de todos os tempos.

28. O álbum lançou em 1967 o chamado "Verão do Amor". Será que devemos culpá-lo pelo surgimento da moda do patchouli?

29. A parceria. John Lennon disse à "Rolling Stone" que o álbum representou "o pico" do seu relacionamento musical com Paul McCartney.

30. E no princípio... Diz-se que as raízes do álbum se encontram no período em que a banda teve que ficar musicalmente desocupada após fazer o seu último show ao vivo em 1966, uma prova de que o ócio é o playground da genialidade.

31. O conceito. McCartney aparentemente teve a idéia de formar um grupo alter-ego chamado Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, no qual os Beatles tocariam sem serem eles próprios.

32. Oito pistas! "A Day in the Life", a despeito de ter sido bastante banida, marcou a estréia da gravação em oito pistas.

33. Ele ainda é influente. Mas como? A BBC encomendou um álbum como tributo, trazendo The Killers, James Morrison, The Fratellis e Oasis.

34. Ele foi muito popular. O álbum passou 15 semanas como o mais vendido nos Estados Unidos.

35. Ele ganhou muitos prêmios. Foram quatro Grammys, incluindo o Álbum do Ano, Capa de Álbum, Álbum com Melhor Trabalho de Engenharia e Melhor Álbum Contemporâneo.

36. Ele é definitivo! O álbum foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 1988, e naquele ano foi batizado de "O Mais Definitivo Álbum" do Hall.

37. Ele demorou um pouco para se tornar definitivo. As sessões de gravação duraram 129 dias, ou cerca de quatro meses, ou aproximadamente a duração da temporada de "American Idol". O que leva a...

38. Uma má continuação! Mas na semana passada, os American Idols do passado e do presente prestaram homenagem ao álbum no final da terceira temporada da série, que foi doce e ligeiramente horrível ao mesmo tempo.

39. Mais do que apenas a capa do álbum. O conjunto se abria como um livro, e as letras das músicas estavam impressas na contracapa, algo que nunca ocorrera antes.

40. Mais capas esquisitas! Shatner não foi o único - Shirley Bassey fez "A Day in the Life", Bill Cosby (!) "Lucy in the Sky with Diamonds" e "Fool on the Hill" foi feito por Mickey Dolenz, mais famoso como integrante dos Monkees, que foram, é claro, uma paródia dos Beatles.

Publicado no UOL Mídia Global e editado pelo RA.

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