Um país de 'adêvogados'

Publicado no UOL Educação

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) reprovou 69,6% dos candidatos que participaram do 132º Exame de Ordem, em São Paulo. Dos 18.229 bacharéis em direito que fizeram a 1ª fase da avaliação, apenas 5.547 vão receber carteira de advogado, segundo informações da instituição.

O índice total de reprovação é ainda maior do que o registrado na primeira etapa do exame. Dos 18.229 que fizeram a 1ª prova, apenas 9.143 passaram para a segunda fase - índice de reprovação de 49,84.O exame 132 da OAB-SP recebeu 20.173 inscrições. A abstenção foi de 9,64% (1.944 ausências) na primeira prova, realizada em 15/4.

Segundo a assessoria de imprensa da Ordem, a abstenção na segunda fase foi "praticamente nula". A segunda fase constou de uma peça profissional de direito civil, do trabalho, penal ou tributário e de quatro questões práticas. Foram aprovados os candidatos que obtiveram nota igual ou superior a seis. A aprovação no exame da OAB é requisito para o exercício da profissão de advogado.

Pitaco do RA: O porquê desse vexame foi respondido pelo William Bonner agora há pouco no Jornal Nacional. No Brasil existem nada menos que 1.046 faculdades de direito, enquanto que nos Estados Unidos (tradicionalmente um país sério, apesar do Bush) são apenas 180. Se considerarmos este número referência para um ensino de qualidade (afinal, Brasil e EUA têm tamanhos parecidos de território e população), só uns 10% de nossas faculdades de direito atenderiam às exigências mínimas para a formação de advogados. Todo o resto merecia ser fechado e lacrado, tal e qual fizeram com os bingos. Mesmo porque essas faculdades caça-níqueis não são menos ilegais que os jogos de azar. Ou, pelo menos, não deveriam ser.