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sábado, 24 de maio de 2008

Brasileiros vivem período de prosperidade

Do The New York Times

Os consumidores nos Estados Unidos estão apertando o cinto; os brasileiros estão gastando como se não existisse palavra em português para recessão.

Os americanos de classe média estão cercados por uma crescente onda de ansiedade; a classe média brasileira está crescendo.

Até mesmo alguns americanos que dispõe de bom crédito não conseguem encontrar uma hipoteca; os brasileiros estão contraindo empréstimos como nunca antes.

"No passado, quando os Estados Unidos espirravam, o Brasil pegava uma pneumonia, mas este não é mais o caso", disse Marcelo Carvalho, diretor executivo de pesquisa do Morgan Stanley no Brasil.

Graças a uma recém-encontrada estabilidade econômica e vitalidade, aqui e em grande parte da região, a América Latina parece cada vez menos acorrentada à sorte dos Estados Unidos. "Há um grande descolamento ocorrendo", disse Carvalho. "A economia brasileira está crescendo rapidamente enquanto a americana já está, ao nosso ver, em recessão."

Devido aos booms econômico e de crédito, bens caros como imóveis, carros e eletrodomésticos estão dentro do alcance de até 20 milhões de brasileiros a mais do que antes, estimou Érico Ferreira, o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento.

"Pessoas que não eram consumidoras agora são consumidoras", disse Ferreira. "Todos estão levando mais dinheiro para casa. Se você quiser crédito, você consegue."

Uma visita a qualquer shopping center ou revendedora de carros sugere que é verdade. As lojas estão lotadas de compradores ávidos em gastar. As vendas de aparelhos domésticos aumentaram 17% do ano passado, a de celulares aumentou 21% e as vendas de computadores notebook e televisores de plasma e LCD quase triplicaram.

Para itens como carros e imóveis, onde o pagamento em dinheiro raramente é viável, os números são ainda mais reveladores. O número de imóveis comprados com financiamento subiu 72% no ano passado, atingindo seu maior número já registrado, e a quantidade de dinheiro sendo emprestada para compra de veículos saltou 45%.

A nova realidade é mais clara no Brasil (do que em outros países prósperos) - onde a quantidade de dinheiro lançada em cartões de crédito aumentou 20% no ano passado - e particularmente no mercado de automóveis. Um recorde de 2,46 milhões de veículos saíram dos pátios das fábricas no ano passado, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos. As vendas cresceram 31% até o momento neste ano.

O motivo, concordam Lula e especialistas, é a mudança nos planos de pagamento. Até recentemente, as taxas de juros eram tão altas e a economia do Brasil tão imprevisível que os bancos não emprestavam por períodos prolongados.

As taxas de juros estavam a 25% quando Lula assumiu o governo em 2003, mas caíram para 11,25% no ano passado, ainda entre as mais altas do mundo, mas baixa para os padrões brasileiros. E apesar do medo da inflação ter levado o Banco Central do Brasil a aumentar suas taxas em 0,5 ponto percentual no mês passado, o primeiro aumento em mais de dois anos, os pagamentos de juros da maioria dos consumidores permanece administrável.

Uma taxa de financiamento de imóvel típica é de 12% ao ano, para automóvel é entre 14% e 15%, e para bens de consumo varia de 42% a 43%, disse Félix Cardamone, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito e Serviços.

Os financiamentos de imóveis podem ser pagos em 30 anos, os financiamentos de carros podem ser pagos em sete e de aparelhos domésticos podem ser pagos em até dois anos.

"Há dois milagres básicos: primeiro, o aumento da renda das pessoas, e o segundo, o aumento do número de prestações mensais que uma pessoa pode fazer para pagar o carro", disse Lula no mês passado.

"E o que a indústria automotiva fez? Ela aumentou o número de prestações de 36 ou 24 para 72, para 82. E o que aconteceu? O que aconteceu é que a indústria automotiva corre o risco de atingir capacidade plena de produção no próximo ano. As pessoas estão esperando na fila para comprar um carro."

Publicado no UOL Mídia Global e editado pelo RA.

Para ler a matéria completa, clique aqui.

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1 Comments:

At 24/5/08 13:30, Anonymous Anônimo said...

ótimo!
mais e mais carros pra sambar no engarrafamento...meio ambiente? o q eh isso? pq naum ele todo?marina?
=x

 

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