Henrique Meirelles sinaliza nova alta dos juros
A subida da inflação no Brasil já não pode ser atribuída exclusivamente à comida. Há muitos outros produtos envenenando os índices, informa o presidente do Banco Central.
Ouça-se Henrique Meirelles: "Existe, sim, uma inflação de alimentos. Mas não é só de alimentos. Temos hoje uma inflação que já tem uma difusão muito maior."
Quais são os outros vilões? "Temos desde a inflação de matérias primas, metais, não metálicos, químicos, petróleo e uma atividade bastante aquecida levando também a uma inflação na área de serviços."
O mandachuva do BC enxerga outro fenômeno inquietante: "Um aumento dos preços no atacado bastante acima dos preços no varejo."
Combinando-se o descompasso entre as cotações do atacado e do varejo com a "demanda (procura por bens e serviços) bastante aquecida", chega-se às fronteiras do indesejável.
Dê-se, de novo, a palavra a Henrique Meirelles: essa combinação "gera riscos de repasses mais generalizados de preços para o varejo." Em português claro: os aumentos baterão no seu bolso.
As preocupações de Meirelles foram expostas em entrevista aos repórteres Ivanir José Bortot e Kelly Oliveira. No curso da conversa, o presidente do BC pareceu muito seguro quanto ao caminho a adotar.
Manejando as palavras com a cautela que se exige de uma pessoa na sua função, Meirelles deu a entender, sem dizê-lo textualmente, que não há senão a alternativa de puxar para o alto a Selic, taxa básica de juros da economia.
Meirelles não abre mão de um ponto: "A nação pode estar tranqüila de que o Banco Central vai manter a inflação na meta [4,25%]."
Para que isso ocorra, vai-se recorrer ao tradicional, sem mágicas: "A experiência do Banco Central (brasileiro) e de diversos bancos centrais do mundo é de que o meio mais eficiente (para segurar a inflação) é exatamente o manejo da taxa básica (de juros), no caso do Brasil, a taxa Selic."
Matéria editada pelo RA.
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