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segunda-feira, 26 de maio de 2008

Isabella não foi asfixiada, sustenta Sanguinetti

Publicado no UOL Notícias

O médico-legista George Sanguinetti, que fez um parecer paralelo sobre os laudos periciais do caso da morte da menina Isabella Nardoni, afirmou, em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (26), em São Paulo, que entrou no caso porque "havia informações nos laudos que não se mantinham". Ele lembrou ter 40 anos de experiência em medicina legal e insistiu que não houve asfixia mecânica.

Sanguinetti mostrou croquis com as lesões que o corpo de Isabella apresentava e insistiu que o diagnóstico de que a menina tenha sido esganada não se mantém, pois havia lesões profundas no lado esquerdo do pescoço, mas, no lado direito, apenas hematomas. "Não há esganadura com uma mão só", argumentou.

O médico-legista, contratado pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados pelo crime, disse ainda não haver lesões nas vias respiratória superiores, traquéia e brônquios da vítima. As lesões do lado esquerdo do pescoço da menina, sustenta, aconteceram na queda, pois ela foi jogada do 6º andar.

Sanguinetti também questinou a qualidade do laudo e a existência de "materialidade do crime". "O laudo é nulo de direito", disse, sobre a validade do documento frente à Justiça. Em sua avaliação, a asfixia não poderia ser tomada como prova, pois é apenas uma hipótese.

"Tenho certeza de que o juiz vai buscar sanar este defeito. Não vou dar minha opinião e ficar por isso mesmo." De acordo com o médico-legista, "o perito não pode inventar, isso é novela, ilação. Por essas e tantas outras coisas, o laudo tem de ser corrigido".

Sanguinetti ficou conhecido quando atuou no caso da morte do empresário Paulo César (PC) Farias, ex-tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello, encontrado morto ao lado da namorada, Suzana Marcolino, no dia 23 de junho de 1996.

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