Jornalista do Legacy questiona controle aéreo
O jornalista norte-americano Joe Sharkey, que estava no jato Legacy que colidiu com o voo da Gol que caiu na selva brasileira em 2006, publicou um texto em seu blog nesta terça-feira questionando a responsabilidade do controle aéreo brasileiro pelo desaparecimento do Airbus da Air France que ia do Rio de Janeiro a Paris com 228 pessoas a bordo.
Em um texto intitulado "Questões que pedem respostas", ele pergunta:
1. O controle de tráfego aéreo brasileiro perdeu este vôo de seu radar quando deveria tê-lo no radar?
2. Se sim, quando os controladores perceberam isso?
3. Os controladores brasileiros sabiam que havia tempestades monstruosas no caminho do voo na última vez que dizem que tiveram contato com o avião?
4. Por que o fracasso de um contato rotineiro de rádio quatro horas após o início do vôo não disparou um alarme?
5. O último contato por radar foi pouco mais de três horas após o início do vôo. Quanto tempo depois disso o vôo continua em espaço aéreo brasileiro?
6. Quantos controladores de tráfego aéreo estavam seguindo o vôo?
A Associação de Controladores de Tráfego Aéreo do Rio de Janeiro informou mais cedo que o desaparecimento do Airbus não foi provocado por possíveis falhas dos controladores de voo do Recife. Segundo ela, a possibilidade de algum desses profissionais ser investigado é praticamente nula e a participação dos controladores de voo na ocorrência com o Airbus seguiu todos os protocolos de segurança.
O comando da Aeronáutica também evita responsabilizar os controladores do Cindacta 3 e informou que aqueles que trabalhavam na hora do desaparecimento do Airbus na noite de domingo (31) não foram afastados das suas funções e continuam trabalhando normalmente.
Joe Sharkey alega que o controle de tráfego aéreo brasileiro e as comunicações por rádio e radar da aviação brasileira já demonstraram falhas fatais no passado e pergunta se não deveria haver uma pessoa que pelo menos soubesse onde o avião estava na hora em que ele sumiu. Segundo ele, é estranho que não tenha havido pedido de socorro por parte do vôo da Air France, e seria importante perguntar ainda se esse socorro não foi ouvido ou se foi ignorado.
Em um texto publicado ontem para relatar o desaparecimento da aeronave, Sharkey já mencionava os controladores de voo do Brasil de forma crítica: "No passado, já houve questões levantadas no Brasil sobre a adequação da comunicação por rádio e radar do controle de tráfego aéreo brasileiro em áreas remotas, incluindo a Amazônia."
Matéria editada pelo RA.
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