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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Piquet enlameia as pistas da Fórmula 1




Gostaria de trazer os seguintes fatos ao conhecimento da FIA:

1. Durante o GP de Cingapura de F-1, realizado em 28 de setembro de 2008 e válido pelo Campeonato Mundial de F-1 de 2008, fui convidado pelo Sr. Flavio Briatore, que é tanto meu 'manager' quanto diretor da equipe ING Renault F-1 Team, e pelo Sr. Pat Symonds, diretor técnico da mesma equipe, a bater deliberadamente meu carro, a fim de influenciar positivamente o desempenho do ING Renault F-1 Team no evento em questão. Concordei com esta proposta e conduzi meu carro para acertar o muro, provocando um acidente entre as voltas 13 e 14 da corrida.

2. A proposta de provocar deliberadamente um acidente me foi feita pouco antes da corrida, quando fui convocado pelo Sr. Briatore e pelo Sr. Symonds no escritório do Sr. Briatore. O Sr. Symonds, na presença do Sr. Briatore, me perguntou se eu estaria disposto a sacrificar minha corrida pela equipe por um carro de segurança. Todo piloto de F-1 sabe que o safety car entra na pista quando há um acidente que a bloqueia ou joga detritos, ou quando há um carro parado onde é difícil resgatá-lo, como foi o caso, aqui.

3. No momento desta conversa, eu estava em um estado mental e emocional muito frágil. Este estado de espírito foi provocado pelo estresse intenso devido ao fato de que o Sr. Briatore se recusou a informar-me da existência ou não da renovação de meu contrato de piloto para o próximo ano (2009), como habitualmente ocorre no meio da temporada (por volta de julho ou agosto). (...) Quando me pediram para bater o carro e provocar a entrada do safety car a fim de ajudar a equipe, eu aceitei porque esperava que pudesse melhorar minha posição dentro da equipe neste momento crítico da temporada.

4. Após a reunião com o Sr. Briatore e o Sr. Symonds, o Sr. Symonds me puxou para um canto tranquilo e, usando um mapa, apontou-me para a curva exata da pista onde eu deveria bater. Esta curva foi escolhida porque aquele local específico da pista não possui guindastes que permitiriam que um carro danificado pudesse ser rapidamente removido da pista, nem possui entradas laterais, o que permitiria que um fiscal de pista pudesse empurrar rapidamente o carro para fora dela. Assim, considerou-se que um acidente nesta posição específica seria quase certo de provocar uma obstrução da pista e que, portanto, seria necessária a implantação do safety car a fim de permitir que a pista fosse limpa e para assegurar a continuidade da corrida.

5. O Sr. Symonds também me disse em que volta, exatamente, eu deveria provocar o incidente, de modo a poder disponibilizar ao meu companheiro de equipe, o Sr. Fernando Alonso, uma boa estratégia, já que ele faria seu reabastecimento pouco antes da entrada do safety car, durante a 12ª volta. A chave para esta estratégia reside no fato de que o conhecimento de que o carro de segurança entraria na pista entre as voltas 13 e 14 permitiu que a equipe fizesse no carro do Sr. Alonso uma estratégia agressiva de combustível, suficiente para chegar a 12 voltas, mas não muito mais. Isso permitiria que o Sr. Alonso ultrapassasse o máximo de carros possível, sabendo que os carros teriam dificuldade em recuperar o tempo perdido depois do pit stop devido à implantação posterior do safety car. Esta estratégia foi bem sucedida e o Sr. Alonso venceu o GP de Cingapura de F-1 de 2008.

6. Eu, intencionalmente, causei o acidente, deixando o carro sair lateralmente pouco antes da curva. A fim de me certificar que eu provocaria o acidente durante a volta certa, perguntei para a minha equipe por diversas vezes, através do rádio, para confirmar o número da volta, algo que eu não faria normalmente. Não fiquei ferido durante o acidente, nem ninguém.

Declaração de Verdade

Eu acredito e juro que os fatos citados nesta declaração são verdadeiros.

A afirmação foi feita na sede da FIA em Paris, em 30 de julho de 2009, na presença do Sr. Alan Donnelly (Presidente dos comissários da FIA), Martin Smith e Sr. Jacob Marsh (Investigadores da empresa Quest, mantidos pela FIA para ajudar na investigação). As notas foram tomadas pela Sra. Dondnique Costesec (Sidley Austin LLP).

Assinado:

Nelson Piquet Jr.

Publicado no Tazio e editado pelo RA.

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