Mulheres maravilhosamente nuas e os judeus
Gilberto Dimenstein, na Folha.com
Emocionante a imagem das mulheres israelenses que se deixaram fotografar sem roupa em solidariedade a uma blogueira egípcia que, ao ficar nua em seu blog, está recebendo ameaças (leia aqui).
É um belo símbolo de resistência contra a intolerância e falta de liberdade de expressão. É uma aula de respeito à diversidade.
Sou judeu, apoio a existência de Israel, mas sinto-me obrigado a reconhecer que políticas israelenses não ajudaram a construir a paz, dando combustão ao fanatismo árabe. Por trás dessa intolerância, em ambos os lados, está o uso pernicioso da religião - o que se tornou uma praga do ódio.
Ninguém sabe como desconstruir esse círculo vicioso de ódio, alimentando pela suposta interpretação de desígnios divinos.
A maravilhosa foto circulando agora pela internet levanta a suspeita de que, quem sabe, se as mulheres ganharem cada vez mais poder no Oriente Médio, terão mais inteligência emocional para conseguir a paz.
Não vejo problema na imagem de Arafat num mural do metrô (de São Paulo) que vem provocando protestos da comunidade judaica (leia aqui).
Esse é daqueles debates em que todos saem perdendo. Projeta uma imagem de intolerância contra a expressão de um artista que usou a figura de alguém que ganhou o Prêmio Nobel da Paz por ter assinado um acordo com Israel.
Gostemos ou não, é muito melhor do que está aí entre lideranças palestinas.
De resto, faz parte da agenda de soluções mundiais encontrar uma solução para que os palestinos tenham direito a seu próprio território e saibam respeitar a existência de Israel.
Gilberto Dimenstein, 54, integra o Conselho Editorial da Folha e vive nos Estados Unidos, onde foi convidado para desenvolver em Harvard projeto de comunicação para a cidadania.
Editado (inclusão de fotos e links) e publicado no Resende Afora.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home