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domingo, 4 de dezembro de 2005

O drama do populismo urbano

Trecho de matéria publicada na revista Veja desta semana

As favelas crescem e se multiplicam no Rio de Janeiro porque são um bom negócio para os que apostam na miséria. Já são mais de 700 no município, nas quais vive 1,1 milhão de pessoas. Boa parte delas está na Zona Sul da cidade, considerada um cartão-postal do país. Os danos são evidentes. Principalmente no que toca à segurança pública. Como esses locais se transformaram em trincheiras, com toda a dificuldade de acesso e monitoramento, a polícia não consegue desencastelar os bandidos.

As explosões de violência são previsíveis e toleradas. Na semana passada, traficantes tomaram um ônibus e queimaram vivos os passageiros. Cinco pessoas que voltavam para casa morreram carbonizadas, entre elas uma menina de 2 anos. Doze pessoas ficaram feridas. Foi o 73º ataque de traficantes a ônibus no Rio de Janeiro neste ano. Nada foi feito antes para evitar esses ataques. Previsivelmente, nada será feito agora.

Em um país civilizado, manifestações de crueldade e impunidade dessa magnitude derrubariam o prefeito, o governador, o ministro da Justiça e o presidente. No Brasil, vai-se colocar a culpa na desigualdade de renda e tudo continuará na mesma. Se o crescimento descontrolado das favelas é um drama, a impunidade dos criminosos que elas escondem é uma tragédia.

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